Webinário apresenta experiências de clubes de letramentos

Foto: Divulgação/MEC

Nesta quinta-feira, 10 de abril, o webinário Práticas de Implementação dos Clubes de Letramento para os Anos Finais apresentou as experiências das redes educacionais dos estados de Alagoas e do Ceará, que vêm se destacando na implementação dos clubes de letramentos, apoiados pelos Cadernos de Inovação Curricular (CICs), que fazem parte do eixo de Organização Curricular e Pedagógica do Programa Escola das Adolescências. 

O objetivo do webinário foi auxiliar e mobilizar as redes de ensino para planejarem a implementação dos clubes de letramentos. Além disso, o evento buscou integrar o trabalho que está sendo feito no Programa Escola das Adolescências junto às ações do Programa Escola em Tempo Integral e às ações de Recomposição de Aprendizagens.  

Na abertura do encontro, a secretária de Educação Básica do MEC, Kátia Schweickardt, apontou que, apesar dos muitos desafios enfrentados na educação, também há experiências ricas sendo construídas, especialmente a partir do trabalho conjunto com professores e gestores escolares. Ela destacou que, com apoio de diversos parceiros, foram organizados os CICs, hoje trabalhados por meio dos clubes de letramentos. Segundo a secretária, os materiais foram pensados para apoiar os docentes na elaboração de planos de aula, além de serem adaptáveis às realidades locais. “A gente quer muito estimular vocês a implementarem esses clubes, a usarem esses materiais, a customizarem esses materiais para as realidades de vocês”, destacou.  

Segundo Kátia Schweickardt, a urgência de iniciativas como essa é reforçada pelos dados recentes do Censo Escolar 2024, que revelam problemas graves como distorção idade-série e evasão escolar, especialmente a partir do 6º ano. De acordo com a secretária, crianças pretas, pardas, indígenas e de regiões mais vulnerabilizadas do Brasil são as mais afetadas, o que aprofunda desigualdades históricas. A necessidade de tornar a escola um espaço mais atrativo e significativo, com estratégias que revelem o potencial dos adolescentes, é evidente. Nesse contexto, medidas como a restrição ao uso do celular têm mostrado resultados positivos, contribuindo para a ressignificação dos espaços escolares. É um momento oportuno para intensificar os clubes de letramentos e oferecer alternativas que inspirem sonhos, fortaleçam trajetórias acadêmicas e ajudem a construir um país mais justo e igualitário para as adolescências e a juventude”, pontuou. 

A coordenadora-geral de Ensino Fundamental, Tereza Farias, falou sobre a Escuta Nacional das Adolescências e o que os adolescentes esperam das escolas nos anos finais do ensino fundamental. Segundo ela, os participantes da Escuta demonstraram forte interesse pelas aulas das disciplinas da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), como português, ciências, matemática, arte e educação física, porém com inovação. “A pesquisa revelou que os adolescentes têm consciência da importância desses conhecimentos e, ao mesmo tempo, desejam que eles sejam conectados com abordagens inovadoras que deem mais sentido e significado ao processo de aprendizagem. Eles esperam que a escola dialogue com sua realidade atual, suas emoções e suas vivências, valorizando o tempo presente”. 

Os clubes de letramentos surgiram como resposta à Escuta, como uma proposta pedagógica que organiza os conteúdos das quatro áreas do currículo (linguagens, ciências humanas, ciências da natureza e matemática) de forma inovadora e conectada à vida dos estudantes. Essas estratégias são reunidas nos CICs. “Eles são estratégias de currículo do Programa Escola das Adolescências para unir a recomposição de aprendizagens com a inovação curricular”, disse Tereza Farias. Ela ainda completou que “cada clube é pensado intencionalmente para cada um dos quatro anos finais do ensino fundamental, buscando promover metodologias participativas, protagonismo estudantil e o fortalecimento de aprendizagens ainda não consolidadas. 

Experiências De acordo com Ana Márcia Gadelha, articuladora da Rede Nacional de Articuladores do Programa Escola das Adolescências (Renapea) no Ceará, o estado está implementando todos os quatro clubes de letramentos dentro dos componentes eletivos nas escolas municipais com educação integral em tempo integral, além de fomentar o uso dos CICs dentro dos componentes da formação geral básica. Segundo ela, o foco na educação integral em tempo integral aproveita uma grande oportunidade nas redes. Além disso, a implementação na rede é centrada em uma estratégia de monitoramento junto a redes e escolas e na flexibilidade das diferentes formas de adoção dos CICs pelos professores. 

A articuladora da Renapea em Alagoas, Marcia Cristina Batista, e o professor de matemática João Victor da Silva falaram da implementação dos clubes de letramentos no estado, com especial ênfase no letramento matemático. Segundo eles, esse clube destaca-se como componente curricular da parte diversificada no ano, com o intuito de estimular o interesse dos estudantes pela matemática e facilitar a transição entre os anos iniciais e os finais. Os demais clubes já são integrados às aulas de língua portuguesa, ciências, história e geografia, dentro da Formação Geral Básica (FGB).  

O encontro foi mediado por Allan Greicon Lima, consultor da CoordenaçãoGeral de Ensino Fundamental da Secretaria de Educação Básica do MEC, e contou com a participação da coordenadora-geral de Estratégia da Educação Básica, Ana Valéria, que apresentou as conexões dos clubes com a Recomposição de Aprendizagens. O diálogo encontra-se disponível no canal do MEC no YouTube. 

 

Assessoria de Comunicação Social do MEC, com informações da SEB  

Fonte: Ministério da Educação