Algumas peças aparentavam sinal de abate clandestino, exposta com perfurações e restos de munição.
Três estabelecimentos em Caracol foram alvos de fiscalização conjunta da Polícia Civil com Iagro (Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal do Mato Grosso do Sul) por venderem carne imprópria para o consumo no município que fica a 387 quilômetros de Campo Grande. De acordo com a Polícia Civil, os proprietários dos estabelecimentos fugiram da cidade no início da fiscalização. Um deles é um vereador no município.
A reportagem não conseguiu contato com o parlamentar. O Primeira Página entrou em contato com a Câmara de Vereadores de Caracol e aguarda retorno. No total, foram apreendidos 725 quilos de carne nos dois mercados e em uma casa de carnes vistoriados no último sábado (17)
Conforme apurado pela reportagem o mercado do vereador, localizado na região central da cidade estava com todos os alvarás da prefeitura, Corpo de Bombeiros e de responsabilidade técnica vencidos. No local, os policiais e fiscais da Iagro encontraram carne bovina, de frango e linguiça armazenados sem nenhum cuidado de higiene. Algumas peças de carne tinham insetos e grama grudados.
O parlamentar, de 47 anos, chegou a ser ouvido pelos fiscais, mas não se identificou como dono do estabelecimento e aproveitou o momento em que os servidores vistoriavam o açougue para fugir. Nos fundos do mercado ainda foram apreendidas as ferramentas usadas para carnear as vacas como serra manual, um par de luvas, facas sujas de sangue, ganchos e cordas.
A operação constatou que além de atuarem em desacordo com a legislação, todos os estabelecimentos armazenavam carne de forma incorreta, suscetíveis à proliferação de bactérias, larvas e fungos. Algumas peças aparentavam sinal de abate clandestino, exposta com perfurações e restos de munição.
Além disso, o manuseio e fracionamento dos alimentos ocorriam sem autorização da Vigilância Sanitária, com emprego de insumo impróprio para consumo, ou com taxas acima do permitido em lei, nas produções artesanais.
Os gerentes e responsáveis foram conduzidos para delegacia de polícia, por receptação qualificada, expor a venda produtos em desacordo com a legislação e várias violações dos direitos do consumidor, em especial quanto a higiene. O material foi apreendido, separado amostras e o resto descartado como determina a lei. No primeiro mercado foram apreendidos 343 quilos, no segundo 261 e no terceiro 121 quilos.
FONTE: NOTICIAS DAS CIDADES