SIG prende em Dourados suspeito de participar da morte de pecuarista em Campo Grande

Pedro está na sede do SIG, em Dourados; Foto e vídeo: Sidnei Bronka/Ligado Na Noticia

Policiais do SIG (Setor de Investigações Gerais) da PC (Polícia Civil) prenderam nesta segunda-feira (1), Pedro Ben Hur Ciardulo, de 21 anos, suspeito de participar da morte da pecuarista Andreia Aquino Flores, de 38 anos, na última quinta-feira (28), em condomínio de Campo Grande.

Pedro foi preso em uma residência localizada na sitioca Ouro Fino, após troca de informações entre o Setor de Investigações Gerais deste município e agentes da Derf (Delegacia Especializada de Roubos e Furtos) de Campo Grande.

Ele estava com uma mochila e a polícia acredita que sua intenção era fugir para a fronteira.

A reportagem do Ligado Na Notícia apurou que agora policiais da Delegacia Especializada de Roubos e Furtos se deslocam para Dourados, onde interrogarão o jovem detido na sede do SIG.

Abaixo assista ao vídeo de quando ele chega na delegacia.

VÍDEO

Funcionárias presas

Como já noticiado pelo Ligado Na Notícia na sexta-feira (29), duas funcionárias da vítima já estão presas também por envolvimento no crime. (Relembre aqui).

Lucimara Rosa Neves (mãe) e Jessica Neves Antunes (filha) estão na Derf (Delegacia Especializada de Repressão a Roubos e Furtos), e o caso até o momento, é apurado como latrocínio (roubo seguido de morte), diante da versão apresentada pelas mulheres.

Elas contaram que foram com Andreia até um atacadista que fica na rua Marquês de Lavradio, no Jeep Compass, que pertence à vítima, e fizeram compras. Ao deixarem o estabelecimento, por volta de 11h20 da quinta-feira (28), foram surpreendidas por dois homens armados com faca e revólver. Elas também alegaram não lembrar se o carro estava travado.

Ainda segunda a história contada por mãe e filha, elas foram ameaçadas pelos criminosos e obrigadas a seguir até o condomínio, que fica a, pelo menos 1,2 quilômetros do atacadista.

Já no imóvel da pecuarista, que é de família tradicional na região de fronteira com o Paraguai, elas dizem que foram amarradas em um dos quartos da casa, enquanto os supostos ladrões abordaram a dona da residência e a levaram para outro quarto.

Lucimara e Jessica afirmaram que não sabiam detalhar o que ocorreu durante o tempo em que teriam ficado em cárcere. A funcionária mais antiga disse que depois de alguns minutos foi obrigada pelos autores a deixar o condomínio com o Jeep e seguir até o bairro Tiradentes, onde foi deixada pelos ladrões.

A filha dela, Jessica, que ficou na casa, relatou que conseguiu se soltar, mas ao chegar ao quarto da patroa, Andreia estava morta, deitada na cama. Ela contou que saiu no pátio do condomínio e encontrou um militar que mora no local, que acionou a Polícia.

Toda a ação teria durado cerca de 40 minutos, com o óbito atestado às 13h.

No meio da tarde, equipe do Garras levou uma das funcionárias de volta ao atacadista, mas durante todo o tempo em que os policiais ficaram no mercado, a mulher continuou dentro da viatura. As equipes também percorreram imóveis vizinhos a procura de imagens de circuitos de segurança.

Causa da morte

A suspeita é que a causa da morte tenha sido asfixia, como informado anteriormente, embora a vítima estivesse bastante machucada, com hematomas no rosto, perto dos olhos e testa.

A polícia investiga se o sufocamento se deu por causa da mordaça usada para calar a mulher ou se ela foi asfixiada propositalmente.

Dívida

O Campo Grande News divulgou nesta sexta, uma reportagem afirmando que em nome de Lucimara, há uma ação de cobrança de dívida que começou em R$ 1,373 mil, e atualmente, segundo dados do TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul) está em R$ 7,327 mil, com pedido de penhora on-line.

A ação foi protocolada em novembro de 2019 por empresa de roupas e acessórios e refere-se à cobrança de notas promissórias no valor de R$ 1.590,80 da compra e venda de produtos. Na ocasião, houve pagamento de duas notas, totalizando R$ 1 mil.

A dívida, considerado juros listados na ação, seria de R$ 1.373,92. No dia 28 de janeiro de 2020, Lucimara foi julgada na 1º Vara do Juizado Especial Central e condenada à revelia a pagar R$ 1.067,91.

No decorrer do tempo, a dívida foi recalculada e a empresa pedia penhora dos bens, o que foi negado pela Justiça. No dia 12 de agosto de 2021, foi protocolado acordo, com pagamento inicial de R$ 893 para liberação do alvará eletrônico (crédito bancário) e parcelamento de saldo de R$ 2,110 mil em 5 parcelas iguais e sucessivas de R$ 442.

Em fevereiro de 2022, Lucimara deixou de cumprir o acordo, sendo novamente pedida a penhora on-line, ou seja, o bloqueio de valores em conta corrente. Desta vez, a Justiça deferiu a medida e o recálculo da conta, hoje, de R$ 7.327,67.

Tradição

Andreia Aquino Flores vem de família tradicional de Ponta Porã. Filha do casal de produtores rurais Ocídio Pavão Flores e Joana Aquino Flores, donos de vasto patrimônio, incluindo imóveis rurais e urbanos, gados, maquinários e empreendimentos.

Ela chegou a ser investigada em inquérito de atentado a tiros contra o ex-marido, um empresário de 48 anos, morto em 18 de janeiro deste ano, em Ponta Porã.

Fonte: Ligado Na Noticia – Sidnei Bronka