A descontinuação de cursos tradicionais, como História e Ciências Sociais, é um dos pontos que geraram questionamentos.
No próximo domingo, dia 24, será realizado o vestibular da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS). Apesar de Amambai ser um dos locais de aplicação da prova, a unidade não oferecerá vagas para ampla concorrência neste processo seletivo. As oportunidades previstas para o município estarão voltadas exclusivamente para cursos direcionados a públicos específicos, como indígenas e assentados, com editais que serão publicados no próximo ano. Segundo o edital de confirmação dos locais de prova, 47 candidatos escolheram Amambai como ponto de aplicação, concorrendo a vagas em cidades como Dourados, Mundo Novo e Campo Grande.
O Reitor da UEMS, Laércio de Carvalho, disse à equipe de reportagem, que a decisão de transformar a unidade de Amambai em um polo de educação intercultural e de focar em cursos como Pedagogia Intercultural e Agroecologia é parte de um planejamento estratégico que visa atender às demandas específicas da região.
O reitor explicou ainda que essa transformação foi resultado de um processo complexo que envolveu fatores como demanda comunitária, políticas institucionais de inclusão e parcerias com comunidades indígenas. “A crescente demanda por educação superior que valorize a diversidade cultural e os saberes tradicionais foi determinante para essa decisão”, destacou o reitor. Ele também mencionou a importância da alocação de recursos humanos e financeiros na viabilização do projeto.
Desafios e Impactos das Mudanças
A descontinuação de cursos tradicionais, como História e Ciências Sociais, é um dos pontos que geraram questionamentos. Segundo Laércio, essa decisão pode ter sido influenciada por fatores como baixa demanda e reestruturação curricular. “Estamos priorizando cursos que se alinhem com as necessidades estratégicas da região e das comunidades atendidas”, explicou.
Apesar disso, o reitor afirmou que a UEMS está atenta às necessidades do público geral. A possibilidade de oferta de cursos noturnos, por exemplo, será analisada com base na demanda e na disponibilidade de recursos.
Enquanto isso, os cursos interculturais já têm mostrado resultados positivos. “Os cursos de Pedagogia Intercultural e Agroecologia estão transformando as comunidades locais. Estudantes retornam às aldeias com conhecimento que melhora a educação, a organização social e até a produção sustentável”, destacou.
Perspectivas Futuras
A unidade de Amambai busca se consolidar como referência em educação intercultural e desenvolvimento sustentável. De acordo com Laércio, a universidade está constantemente avaliando a possibilidade de novos cursos com base em estudos de demanda e nas necessidades regionais.
Estudantes como uma jovem, que conclui o ensino médio neste ano em Amambai, expressaram a insatisfação com a ausência dos cursos com vagas de ampla concorrência. “Fiquei triste ao saber que não há vagas na minha cidade para quem não pertence aos públicos específicos. Meu sonho é que o curso de Direito seja oferecido na UEMS de Amambai”, disse a aluna, que preferiu não se identificar.
Avaliação
Por fim, o reitor, informou que a UEMS também planeja implementar mecanismos para monitorar os impactos das formações oferecidas, por meio de estudos de caso, pesquisas de satisfação e indicadores como inserção no mercado de trabalho e taxa de evasão.
Fonte: Agazetanews