Secretaria vai apurar denúncia de professora trans que se vestiu de Barbie na escola

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Conforme apurado pela reportagem, a professora, identificada como Emy, é uma mulher trans, que atua como professora no ensino básico público da Capital, há um ano.

Professora da Rede Municipal de Ensino (Reme) foi alvo de denúncias após se vestir de princesa, nesta segunda-feira (10), primeiro dia de aula, na Escola Municipal Irmã Irma Zorzi, localizada na rua Guaianas, número 260, vila Silvia Regina, em Campo Grande.

Conforme apurado pela reportagem, a professora, identificada como Emy, é uma mulher trans, que atua como professora no ensino básico público da Capital, há um ano.

Ela se fantasiou de Barbie para receber os alunos no primeiro dia de aula, em um dia especial de comemoração.

Mas, a atitude da docente causou polêmica nas redes sociais e virou alvo de denúncias da população e de políticos de direita.

O deputado estadual, João Henrique Catan (PL), usou a tribuna da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul (ALEMS), nesta terça-feira (11), para denunciar o ato da professora e ainda encaminhou a denúncia à Secretaria Municipal de Educação de Campo Grande (Semed).

“Um professor da Rede Pública Municipal está mostrando para alunos de sete anos de idade como que se veste montada de travesti. Um homenzarrão querendo levar a ideia para alunos de sete anos de idade que o professor homem precisa ter tetas. Eu quero saber e quero oficiar a rede pública e a comissão de Educação aqui da Assembleia também quem é esse professor e quem é esse diretor que permitiu que o professor entrasse dentro da sala de aula fantasiado de travesti. Quer dizer que esse é o dress code? Esse é o uniforme? Mostrar um professor de saia e de teta. Que que isso? Isso está no plano de ensino? Está no conteúdo pragmático?” questionou o deputado, de forma indignada.

Nas redes sociais, a professora se defendeu dizendo que foi convidada a se fantasiar de Barbie para receber as crianças de uma forma diferente no primeiro dia de aula.

“Sou uma profissional, uma educadora, estudei para isso, sou uma mulher Trans, sou travesti essa é minha identidade, arte é arte, foi um dia especial na escola, fui convidada a me fantasiar para receber as crianças de forma diferente para o primeiro dia de aula! Meu plano de aula está correto, tudo encaminhado com muito cuidado, trabalhando a criatividade e imaginação das crianças! Tenho meus documentos retificados, tenho diploma, tenho família e sou muito respeitada, porque minha vida é lutar para um mundo melhor e sem preconceito! Espero que a justiça seja feita!!!”, disse, em resposta à publicação do deputado.

O secretário de Educação, Lucas Bittencourt, afirmou que a educação infantil trabalha com atividades lúdicas, ou seja, com vestimentas de personagens, mas, que deve estar associada ao currículo e ao conteúdo, de acordo com a Base Nacional Comum Curricular (BNCC).

Além disso, disse que irá averiguar a conduta da professora.

“Nós abrimos um processo de averiguação e diante dessa averiguação, nós vamos viabilizar para saber o que houve, o que aconteceu e se há necessidade alguma orientação ou intervenção. Eles identificaram que uma professora foi de princesa à escola. A gente tem que ver o que isso tem a ver com o currículo. Vai ser averiguado e nós estaremos dando as orientações específicas à escola, ao servidor e à servidora também”, pontuou o secretário na manhã desta quarta-feira (12), durante coletiva de imprensa realizada na Escola Municipal de Educação Infantil (EMEI) Professora Elenir Zanquetta Molina, localizada na rua Nebraska, número 385, Jardim Presidente, em Campo Grande.

Em 13 de julho de 2024, a professora postou nas redes sociais um breve relato de como é ser uma mulher trans e trabalhar como professora na rede básica de ensino público de Campo Grande.

“Os seis primeiros meses de uma travesti preta na educação básica pública de Campo Grande: quero compartilhar com vocês uma experiência muito profunda que estou tendo como professora e quero adiantar que não tem problema nenhum com as minhas crianças de eu ser quem eu sou. Já o contrário dos meus colegas de trabalho que de certa forma incomoda quem eu sou, que são de alguma forma disfarces do preconceito que algumas pessoas têm”, compartilhou a docente nas redes sociais.

A professora tem 25 anos e trabalha há um ano na Rede Municipal de Ensino de Campo Grande (Reme).

Fonte: Correiodoestado