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quinta-feira, 24 de outubro, 2024
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Riedel garante duplicação do anel viário de Campo Grande

Trecho de 25 quilômetros corresponde a 3% da rodovia, mas concentrou 19% das mortes ocorridas nos primeiros oito meses do ano

Após audiência da qual participou o ministro interino dos Transportes, George André Palermo Santoro, o governador Eduardo Riedel garantiu na manhã desta terça-feira (19) que duplicação do anel viário de Campo Grande está entre as exigências que estão sendo apresentadas à CCR MSvia para a renovação do contrato de concessão da BR-163.  O anel viário equivale a 3% da rodovia, mas concentra 20% dos acidentes e das mortes.

“O projeto contempla a duplicação. A gente não abriu mão disso, em hipótese nenhuma”, afirmou o governador ao ser questionado pela reportagem do Correio do Estado, deixando claro, pela primeir vez, que a obrigação deste investimento caberá á concessionária.

Antes da audiência com o mínistro, na qual foi asssinada a ordem de serviço para a obra de acesso à ponte sobre o Rio Paraguai, em Porto Murtinho, o secretário de de Infraestrutura e Logística, Hélio Peluffo Filho, afirmou que o projeto previa a duplicação da BR-163 no trecho entre Nova Alvorada do Sul e Bandeirantes, mas efatizou que o anel viário dependia dos pleitos que a prefeitura da Capital teria de fazer junto à bancada federal e ao Governo Federal. 

A prefeitura, por sua vez, continua defendendo a retirada da rodovia da área urbana, criando um novo contorno,  de cerca de 38 quilômetros. Até agora, porém existe somente um esboço desse novo traçado, sem projeto oficial. 

Ele  começaria próximo ao posto da PRF na saída para São Paulo, cruzando a BR-262 nas imediações do condomínio Terras do Golfe e reencontrado o traçado atual na altura do trevo da parte norte do anel viário. Até agora não se fez nenhuma estimativa de custo deste novo traçado.

MINISTRO INTERINO

Durante assinatura da ordem de serviço para início dos trabalhos de construção do acesso à ponte sobre o Rio Paraguai, em Porto Murtinho, na manhã desta terça-feira em Campo Grande, o ministro interino dos Transportes, George André Palermo Santoro, informou que falta somente o aval de um dos ministros do TCU para que seja assinado o aditivo com a CCR.

Porém, ao contrário daquilo que informam as autoridades locais, que previam esta assinatura ainda para este ano, ele afirmou que a renovação do contrato deve ser formalizada somente em meados de abril do próximo ano, sem falar sobre o prazo para retomada das obras de melhoria na rodovia, que é pedagiada desde 2014 e tem apenas 150 quilômetros duplicados. 

O ministro interino confirmou também a previsão de investimentos de R$ 12 bilhões até o fim da concessão, sendo 2,5 bilhões nos primeiros três anos. Ele garantiu, ainda, que todos os pleitos do governo estadual serão atendidos. Nestes pleitos, conforme deixou claro o secretário Hélio Pelufo, o anel viário da Capital foi “esquecido”. 

CAOS NO ANEL VIÁRIO

Além da lentidão no tráfego, os números de acidentes mostram a gravidade da situação do anel viário. Nos oito primeiros meses deste ano, segundo dados da PRF,  47 pessoas morreram em acidentes em toda a BR-163. Nove delas, ou 19,1%, somente entre os quilômetros 466 e 491, que correspondem ao trecho entre as rotatórias na saída para São Paulo e Cuiabá.

Excluindo o anel viário, a PRF contabilizou uma morte a cada 21,7 quilômetros entre janeiro e agosto. Aplicando esta mesma conta somente ao anel viário, foi uma morte a cada 2,7 quilômetros. 

O anel viário equivale a apenas 3% da rodovia, mas concentra quase 20% das mortes e a explicação é a mistura do trânsito urbano com o rodoviário. 

E, além das nove mortes, entre janeiro e agosto a PRF registrou que 23 pessoas sofreram ferimentos considerados graves e outras 67 saíram com lesões leves.

E, ao se analisar o número total de acidentes nos sete primeiros meses do ano, no período correram 328 acidentes a longo dos 850 quilômetros. Desse total, 64 aconteceram nos 25 quilômetros do anel viário, representando 19,5% somente neste trecho. 

Embora todo o anel viário seja considerado um trecho crítico, a parte norte é alarmante. Dos 64 casos, 35 ocorreram em apenas oito quilômetros, entre o KM 480 e 488, nas imediações da Uniderp Agrárias e do acesso ao Jardim Noroeste. Isso significa que quase 11% de todos os acidentes da rodovia acontecem numa extensão inferior a 1% da estrada no Estado. 

Fonte: Correiodoestado