Réu por matar e esquartejar jogador confessa crimes e alega legítima defesa

Na simulação, Danilo é a pessoa que segura a arma (Foto: Laudo da reprodução simulada)

Danilo Alves afirma que atirou contra Hugo Skulny para defender Rubia Joice durante briga

Em interrogatório na tarde desta quinta-feira (29), Danilo Alves Vieira da Silva, 20, réu pelo assassinato do jogador de futebol Hugo Vinícius Skulny Pedrosa, de 19 anos, quebrou o silêncio oito meses após o crime. Ele confessou ter matado e esquartejado a vítima, mas alegou que agiu para defender Rubia Joice de Oliver Luivisetto, 21, durante briga.

Danilo negou que tivesse relacionamento sério com Rubia e diz que os dois se encontraram em um posto de combustíveis em Pindoty Porã, cidade paraguaia que faz fronteira com Sete Quedas – a 468 km de Campo Grande –, onde acontecia uma festa. Hugo também estava no local.

O réu afirmou ainda que foi convidado pela jovem para ir até a casa dela e aceitou. Um amigo de Rubia estava com o casal, Cleiton Torres Vobeto, 22, conhecido como “Maninho”, a quem Danilo não poupou acusações durante o depoimento.

O acusado de homicídio narrou que Maninho foi dormir em um dos quartos da casa de Rubia, enquanto ele e a “ficante” entraram para o quarto dela, mas em determinado momento, Hugo invadiu o cômodo. Houve uma briga e para evitar que os dois rapazes lutassem, segundo Danilo, a jovem começou a empurrar o ex para fora de casa. Os ânimos se exaltaram mais ainda e neste momento, ele pegou a arma e atirou contra o jogador.

Réu por matar e esquartejar jogador confessa crimes e alega legítima defesa
De acordo com resconstituição feita pela Polícia Civil, momento que Hugo leva tiro na cabeça, disparado por Danilo (Foto: Laudo da reprodução simulada)

Embora em reprodução simulada do crime, feita com a participação de “Maninho”, a Polícia Civil e a perícia tenham entendido que Hugo foi morto com tiro na nuca, Danilo afirma que disparou contra a testa do rival, por cima da cabeça de Rubia, quando ela tentava conter o ex. Ele também nega que tenha levado a vítima agonizado até a beira do rio e atirado mais vezes, como diz a investigação.

O rapaz afirmou que havia deixado sua arma debaixo do travesseiro quando se deitou com Rubia e justificou: “Quando se tem arma, tem que estar com ela próxima da gente”, disse na audiência, conforme apurado pela reportagem.

O réu explicou ainda que na região muita gente usa arma para segurança pessoal e afirmou ainda que Hugo estava armado no dia do crime.

Danilo acusou Maninho de ter dado a ideia de se livrar do corpo e também de ter sido o amigo de Rubia quem iniciou o esquartejamento do corpo de Hugo depois que os dois jogaram o cadáver na água e perceberam que ele não afundaria.

Réu por matar e esquartejar jogador confessa crimes e alega legítima defesa
Fórum de Sete Quedas, onde audiências de instrução do processo acontecem desde terça-feira (Foto: Campo Grande News)

A acusação – Até esta semana, a ação penal tramitava em sigilo. Mas, de acordo com o que foi divulgado pela investigação, Hugo saiu da festa no posto de combustíveis naquela madrugada, e foi deixado por amigos na casa da ex-namorada e então “sumiu”. A família procurou a polícia e registrou um boletim de desaparecimento.

Uma denúncia anônima levou às buscas pelo jogador ao Rio Iguatemi. O Corpo de Bombeiros trabalhou intensamente, sem sucesso nos três primeiros dias, mas depois, chegou a “Maninho” – amigo de Rubia, que confessou ter ajudado na ocultação do cadáver. Ele apontou onde o corpo do jogador foi desovado, um ponto do rio que passa por dentro da propriedade rural da família de Danilo.

No dia 2 de julho, bombeiros passaram a localizar partes do corpo da vítima. Foi então que a brutalidade do crime: os envolvidos haviam cortado a vítima em pequenos pedaços.

Após se entregar à polícia, Rubia alegou que Danilo havia atirado em Hugo e depois, fez ameaças de morte para que ela e “Maninho”.

A moça também afirmou que o “ficante” e o amigo foram os responsáveis por colocar o corpo de Hugo na carroceria do veículo dela e se livrarem do cadáver. Disse que não sabia o que havia sido feito do corpo, muito menos do esquartejamento.

Fonte: Campograndenews