O inquérito sobre os casos de contaminação de petiscos caninos por monoetilenoglicol foi concluído nesta segunda-feira (5) pela Polícia Civil de Minas Gerais. Quatro funcionários da empresa Tecnoclean foram indiciados pelos crimes de contra a saúde pública e falsificação de produtos.
O documento foi entregue à Justiça. Caso o quarteto seja condenado, a pena pode ser de 10 a 15 anos de prisão, além de multa. A delegada responsável pelo caso, Danúbia Quadros, as investigações tiveram início no dia 19 de agosto após duas mulheres irem à polícia com suspeita de que seus cães morreram depois de comerem um petisco contaminado.
A polícia realizou perícias, apreendeu celulares e documentos e concluiu que a empresa Tecnoclean vendeu monoetilenoglicol para a fabricante Bassar. A substância comercializada é considerada altamente tóxica e que pode acarretar em morte quando ingerida.
O produto foi usado para fabricar snacks caninos, substituindo propilenoglicol, que não é tóxico e serve para compor o petisco. Depois que a fabricação acabou sendo feita pela Bassar, a rede Petz adquiriu o alimento animal e vendeu para os consumidores.
A investigação conseguiu comprovar que a Tecnoclean alterou rótulos das embalagens, indicando que o conteúdo tinha propilenoglicol. Isso significa que a empresa assumiu o risco de dolo ao consumidor final. A polícia ainda revelou que o monoetilenoglicol é mais barato que propilenoglicol, ou seja, a produtora pode ter feito a mudança para ter vantagem financeira.
O monoetilenoglicol foi comprado pela Tecnoclean da empresa AeD Química.. Na apreensão feita por celulares, funcionários da Tecnoclean foram notificados de que a substância só poderia ser utilizada no ramo industrial e não no ramo alimentício, inclusive animal.
Relembre o caso
Em Minas Gerais, 14 cães morreram depois que comeram os petiscos contaminados. Em todo o país, o número de mortes passou dos 50.
Cinco empresas foram investigadas. São elas: Crystal Limp, AeD Química, Tecnoclean, Bassar e a Petz. Sobre a interdição ou paralisação parcial ou total das atividades dos envolvidos, caberá ao Ministério Agricultura, Pecuária e Abastecimento tomar a decisão final.
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Fonte: IG Nacional