Prefeito de Nioaque é investigado pelo Ministério Público por “furar fila” da vacina

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Segundo Valdir Couto, por ser profissional da saúde teria o direito; o ato também teria o objetivo de estimular a imunização.

O prefeito de Nioaque, Valdir Couto de Souza Júnior (PSDB), está sendo investigado pelo Ministério Público Estadual (MPMS) após ser flagrado em imagens em que ele aparece recebendo a primeira dose da vacina contra a Covid-19. Segundo o Plano Nacional de Imunização (PNI), nessa primeira fase são prioritários: profissionais da saúde, idosos acima de 75 anos, acima de 60 que estão em instituições (asilos) e indígenas.  

Em sua alegação, o prefeito que também é dentista, afirmou que faz parte da área da saúde e, por esse motivo, tinha direito ao imunizante nessa primeira fase. Além disso, afirmou que está na linha de frente do combate à doença, já que pertence à comissão da Vigilância Sanitária que alabora medidas para o enfrentamento da pandemia.  

“Faço parte da comissão do Visa e sou profissional da saúde. Além disso, todos os dentistas foram vacinados, da UBS, do Quartel”, disse.

Mais tarde, por meio de nota, a prefeitura afirmou que, Valdir Junior, disse ter recebido o imunizante a pedido dos caciques da comunidade indígena e de técnicos da Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai).

“Com objetivo de incentivar a vacinação no povoado, que estava resistente à imunização, e mostrar que a vacina não oferece riscos à saúde. No mesmo dia em que o prefeito foi vacinado, apenas 69 indígenas aceitaram receber o antivírus”, diz o texto.

Apesar de ser um profissional da saúde, como o número de doses desta primeira remessa foi menor que a quantidade total de servidores, o pedido do Ministério da Saúde era para que apenas os profissionais que lidam diariamente com pacientes da Covid-19 e também outros profissionais que trabalham no setor fossem os imunizados.

Mas Souza rebate. “No plano estadual fala profissionais da saúde, e dentista é linha de frente, ele trabalha diretamente com a boca dos pacientes. Aqui nós enfrentamos muita restrição, tem médico que não quer tomar, indígena que não toma”, alega o prefeito.

Ao todo, a cidade recebeu 1.077 doses, das quais apenas 81 eram destinadas a profissionais de saúde, as outras 996 devem ser usadas para imunizar indígenas do município. Para cada pessoa que receber a dose, outra parte deve ser guardada para o recebimento da segunda dose, a ser aplicado após 14 dias da primeira vacina.

Segundo o prefeito, até a manhã de ontem, 239 pessoas haviam se vacinado na cidade, entre indígenas e profissionais da saúde.

PENALIDADES

De acordo com o Ministério Público de MS, caso seja comprovado que uma pessoa que não estava entre as prioridades estabelecidas tomou a vacina, ela poderá ser processada criminalmente e por improbidade administrativa, além de ação por dano moral.

A Secretaria de Estado de Saúde (SES) solicitou que o MPMS acompanhe a aplicação das doses pelos municípios “para impedir que vacinem pessoas que não pertencem aos públicos prioritários.  

A SES também vai realizar campanha para evitar os fura-filas”, disse a Pasta em nota.

Em nota, Valdir do Couto Junior disse ter recebido o imunizante a pedido dos caciques da comunidade indígena e de técnicos da Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai).

“Com objetivo de incentivar a vacinação no povoado, que estava resistente à imunização, e mostrar que a vacina não oferece riscos à saúde. No mesmo dia em que o prefeito foi vacinado, apenas 69 indígenas aceitaram receber o antivírus”, diz o texto.

Fonte: Correio do Estado