Os preços do gado seguem em trajetória de queda no mercado físico, pressionados pelo aumento da oferta de bois para abate, impulsionada pela saída de animais de confinamento, e pela desaceleração na demanda por carne, tanto no mercado interno quanto no externo.
Em São Paulo, a arroba do boi gordo caiu R$ 5, sendo negociada a R$ 325, enquanto o chamado “boi China” — destinado à exportação para o mercado chinês — recuou para R$ 330.
As categorias de fêmeas também registraram queda, embora menos acentuada. A arroba da vaca caiu R$ 3, cotada a R$ 302, e a da novilha diminuiu R$ 2, sendo negociada a R$ 320. Em Mato Grosso, maior estado produtor de gado no Brasil, os preços também sentiram o impacto. Na região norte do estado, o boi gordo e a novilha foram negociados a R$ 300, enquanto a arroba da vaca ficou em R$ 295.
No front externo, os números da primeira semana de dezembro acenderam um sinal de alerta. As exportações brasileiras de carne bovina in natura somaram 43,03 mil toneladas, a pior média diária para o período desde março de 2024, representando uma queda de 10,59% em relação à semana anterior. Apesar disso, o preço médio por tonelada embarcada subiu 1,44%, alcançando US$ 4,94 mil.
Especialistas questionam se a alta no preço internacional está inibindo a demanda externa, especialmente em mercados sensíveis ao custo. A resposta a essa dúvida será essencial para determinar os rumos do mercado nos próximos meses, com impactos diretos para os produtores brasileiros.
Os preços médios da arroba do boi gordo variam entre as principais regiões produtoras: São Paulo lidera com R$ 323,67, seguido por Mato Grosso do Sul (R$ 320,00), Minas Gerais (R$ 315,29), Goiás (R$ 304,64) e Mato Grosso (R$ 299,22). Nos cortes de carne, o quarto traseiro segue cotado a R$ 27,00/kg, o dianteiro a R$ 20,50/kg, e a ponta de agulha a R$ 19,50/kg.
Com a proximidade do período de festas, o mercado espera que a demanda interna possa compensar parcialmente a redução nas exportações, ajudando a estabilizar os preços. No entanto, a volatilidade do mercado internacional continua a ser um fator de preocupação para o setor.
Fonte: Pensar Agro