Polícia investiga morte de bebê de 4 meses diagnosticado com virose em Amambai

Emanoel Tobias Marques, de 4 meses, morreu em MS — Foto: Arquivo pessoal

Conforme o delegado, o bebê chegou a ser atendido em diferentes unidades de saúde da cidade e o caso segue em investigação.

A Polícia Civil de Amambai (MS) investiga a morte de Emanoel Tobias Marques, de 4 meses, que morreu na terça-feira (14). O caso foi registrado na polícia pelos pais da criança no dia 16 e o caso segue em investigação como morte a esclarecer.

Segundo o delegado responsável pelo caso, Fernando Henrique Araújo Silva, o registro trata-se de uma ocorrência com possível natureza de homicídio culposo, envolvendo atendimentos médicos realizados antes e durante o dia da morte, mas segue em investigação.

“Conforme o relato dos familiares, houve atendimentos em diferentes unidades de saúde no município de Amambai, e a equipe médica tomou diversas medidas para tentar estabilizar o estado clínico da criança, que infelizmente veio a óbito na manhã de 14 de janeiro”, informou ao g1.

De acordo com o boletim de ocorrência, no dia 13 de janeiro o bebê apresentou febre e passou por atendimento médico na Unidade Básica de Saúde (UBS) Vila Guape. Na unidade, ele foi diagnosticado com uma possível virose, sendo receitados medicamentos para o tratamento do quadro.

Na parte da tarde, do mesmo dia, a família procurou o Posto Central da cidade, e a criança foi consultada com uma pediatra, onde recebeu diagnóstico de inflamação na garganta, sendo novamente recomendada medicação.

Ainda conforme o registro policial, a febre do menino persistia e durante a madrugada do dia 14, atingiu 38 graus. Os pais disseram à polícia que foi quando decidiram procurar o Hospital Regional de Amambai.

Ao g1, o pai, Willian Moreira Marques, contou que ao chegar no hospital, ainda de madrugada, a equipe de enfermagem realizou uma compressa fria com água e álcool, para auxiliar na diminuição da febre.

“Após 30 minutos, chegou o médico e perguntou para nós se o Emmanuel estava bem. Informamos a ele que continuava com febre, náuseas e que teria acabado de vomitar. O médico perguntou para nós se ele tomou dipirona e informamos que ele nunca tinha tomado essa medicação, que sempre a gente fazia o tratamento contra febre, no paracetamol. Após informar a ele que sempre estava tomando paracetamol e não dipirona, conforme consta no prontuário, o Emmanuel tomou um paracetamol via oral 5h15 e às 5h44 foi aplicado dipirona intramuscular na coxa do meu filho”, descreveu o pai

De acordo com o relato ao g1, o pai disse que por volta das 6h20 a febre do filho começou a baixar e então a criança recebeu alta médica.

“Por volta as 8h30 percebemos que o Emmanuel estava ficando com aspecto cianótico, termo técnico da enfermagem, que se refere a um paciente com a pele com coloração azulada ou acinzentada, e hipotermia. Imediatamente retornamos ao hospital regional”, relatou o pai ao g1.

No hospital, o bebê chegou com temperatura corporal de 34ºC e a equipe de saúde agiu para aquecer o corpo da criança, utilizando manta térmica e bolsa de água quente. Na sequência, Emanoel teve uma parada cardiorrespiratória, precisou ser intubado e morreu pouco depois, às 10h.

O g1 procurou o delegado responsável pelo caso que informou que a Polícia Civil já providenciou todas as diligências necessárias para apurar o caso e esclarecer os fatos.

“Todos os elementos mencionados no boletim, incluindo prontuários médicos, medicamentos administrados e circunstâncias relatadas pelos profissionais e familiares, estão sendo analisados. A Polícia Civil solicitou exames complementares para determinar a causa da morte com precisão, garantindo uma investigação minuciosa e imparcial. Reforçamos que o objetivo é esclarecer os fatos com a maior celeridade possível, respeitando o luto da família e o direito à informação”, detalhou o delegado.

O diretor responsável pelo Hospital Regional de Amambai, Paulo Catto, informou que aguarda o Serviço de Verificação de Óbito (SVO) para um pronunciamento.

“Eu tenho como falar alguma coisa só a partir do momento que a gente tiver um posicionamento desse parecer do laudo do SVO”, esclareceu.

Nas redes sociais, o secretário municipal de saúde, Dr. Alessandro Godoy, disse se solidarizar com a com a família do bebê Emanuel, oferecendo apoio neste momento de dor, e afirmou ter solicitado os prontuários no Hospital para apurar as circunstâncias do ocorrido. Confira abaixo a nota na íntegra da prefeitura.

“A Prefeitura de Amambai, por meio da Secretaria Municipal de Saúde, manifesta solidariedade à família do bebê Emanuel, que faleceu no Hospital Regional de Amambai no dia 14 de fevereiro de 2025.

A administração municipal, representada pelo Secretário Municipal de Saúde, Dr. Alessandro Godoy, entrou em contato com os pais, oferecendo apoio e suporte neste momento de dor.

A Prefeitura já solicitou ao Hospital Regional os prontuários de todos os atendimentos realizados, com o objetivo de apurar as circunstâncias do ocorrido e colaborar para o total esclarecimento dos fatos. A gestão municipal reforça que está à disposição das autoridades competentes, para contribuir com as investigações e assegurar a transparência em todo o processo.

A administração reafirma o compromisso com a saúde e o bem-estar da população, acompanhando de perto este caso com respeito e empatia pela família enlutada”.

Fonte: G1 MS