Polícia Federal desarticula organização criminosa de contrabando de migrantes para os EUA

Foto: Divulgação/PF

Brasília, 28/03/2025 – Uma organização criminosa especializada no contrabando de migrantes brasileiros para os Estados Unidos (EUA) foi desarticulada na Operação El Paso, da Polícia Federal, nesta sexta-feira (28). De 2018 a 2024, mais de 700 brasileiros foram vítimas do esquema, incluindo 227 menores. A organização atuava em municípios do leste de Minas Gerais (MG).

Foram cumpridos sete mandados de busca e apreensão e um de prisão preventiva nos municípios mineiros de Ipatinga e Bugre. A Justiça Federal também determinou o sequestro de bens móveis e imóveis dos investigados, até o limite de R$ 62.647.200. Essas pessoas poderão responder pelo crime de contrabando de migrantes e por promover ou auxiliar o envio ilegal de crianças ou adolescentes para o exterior.

A investigação iniciou com base em informações sobre pai e filho que enviavam brasileiros para a América Central. Eles mantinham contatos com autoridades mexicanas para evitar deportações e contratavam coiotes locais, além de organizar viagens para grupos inteiros. A dupla comprava passagens aéreas para os migrantes em um único localizador por grupo e garantia o transporte terrestre e as reservas de hotéis até a travessia da fronteira com os EUA.

Pai e filho cobravam de U$ 15 mil a U$ 21 mil por pessoa e, com esse dinheiro, ostentavam carros e imóveis de luxo, além de viagens internacionais. Eles também aceitavam veículos, transferidos via procurações registradas em cartório para revenda, que tornava possível a negociação diretamente com terceiros. Um galpão chegou a ser alugado para armazenar os veículos e, depois, foi estruturada uma empresa para comercializar os bens.

A coordenadora-geral de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas e Contrabando de Migrantes, do Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP), Marina Bernardes, explica que o contrabando de migrantes se configura com a ação de intermediários, conhecidos como coiotes. “Eles agem ao facilitar a travessia ilegal de pessoas e cobram quantias exorbitantes para oferecer um caminho muitas vezes repleto de riscos”, conta. “Eles operam em redes organizadas e utilizam rotas clandestinas e, em muitos casos, submetem os migrantes a condições desumanas, extorsões e até exploração ao longo da jornada”, destaca.

Denúncias
Para fazer denúncias anônimas, o público pode acessar alguns canais, tais como: o Disque 100 (para violações de direitos humanos, de crianças e de adolescentes) e o Ligue 180 (para violações contra mulheres e meninas).

Fonte: Ministério da Justiça e Segurança Pública