Píton albina exótica resgatada em circo será nova moradora do Bioparque Pantanal

Divulgação

A espécie resgatada é originária do continente asiático, e considerada exótica no Brasil

Uma píton albina (Python bivittatus) fêmea, de 2,5 metros de comprimento, será a nova moradora do Bioparque Pantanal.

Ela foi resgatada pela Polícia Militar Ambiental (PMA) em um circo, no município de Amambai, onde era utilizada como atração, o que é proibido em Mato Grosso do Sul desde 2009, quando foi publicada a lei estadual nº 3.642/2009.

Considerada uma das maiores espécies de serpentes do mundo, a píton pode atingir até oito metros de comprimento e pesar 100 kg na fase adulta. Apesar de suas grandes dimensões atuais (2,5 metros de comprimento e 8 kg), a píton do Bioparque Pantanal é considerada jovem, com idade estimada em três anos, e pode viver até 30 anos.

A espécie resgatada é originária do continente asiático, e considerada exótica no Brasil, ou seja, não pertence à fauna local. Essas serpentes habitam florestas tropicais úmidas, manguezais e planícies alagadas em países como Bangladesh, Camboja e Laos. 

Nova oportunidade

A bióloga-chefe do Bioparque e responsável pelo setor de bem-estar animal, Carla Kovalski, explicou que além de ser um animal exótico, a píton perdeu suas defesas naturais, e por isso não poderá retornar à natureza. No Bioparque, ela terá uma nova oportunidade de vida.

“A píton não pode ser reintegrada à natureza por se tratar de um animal exótico (originário do sudeste asiático) e por ter passado por um processo de domesticação, o que fez com que perdesse os estímulos selvagens. Nosso trabalho no Bioparque Pantanal é garantir os mais altos níveis de bem-estar animal, proporcionando um ambiente que atenda às necessidades ambientais, fisiológicas e comportamentais da serpente. Mesmo sendo domesticada, buscamos estimular seus comportamentos naturais”, disse a bióloga.

O recinto que servirá de casa para o animal foi projetado de acordo com as normas do  Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), incluindo substrato adequado, plantas, toca, aquecedor, umidificador, pedra aquecida, lâmpadas uva e uvb e uma área úmida que simula o ambiente natural da espécie.

Píton albina exótica resgatada em circo será nova moradora do Bioparque Pantanal

O animal também será utilizado para a educação ambiental, um dos pilares de atuação do maior circuito de aquários de água doce do mundo.

“O Bioparque desempenha um papel primordial na Educação Ambiental e na conservação da biodiversidade, alinhando-se ao conceito moderno de aquários e zoológicos”, frisa a diretora. Ainda segundo ela, “as serpentes despertam grande curiosidade na população e têm um papel fundamental na ciência, na preservação do meio ambiente e no controle populacional de outras espécies”, explicou a diretora-geral do Bioparque Pantanal, Maria Fernanda Balestieri.

Enquete para escolha do nome

No domingo (24), o Bioparque Pantanal vai realizar uma votação em sua página oficial no Instagram para escolher o nome da serpente. As três opções de nomes, são inspirados em personagens da literatura brasileira: Capitu, Iracema e Paraguaçu.

Capitu (Maria Capitolina de Pádua Santiago) é uma personagem do romance Dom Casmurro, de Machado de Assis. Ela é descrita como uma mulher enigmática, complexa e marcante.

Iracema é a protagonista do romance homônimo de José de Alencar. Iracema, uma indígena da etnia Tabajara, simboliza a união entre o mundo indígena e o colonizador europeu.

Paraguaçu é uma personagem histórica presente no poema épico Caramuru, de Frei José de Santa Rita Durão. Filha do cacique Taparica, Paraguaçu representa a aliança entre indígenas e europeus durante o processo de colonização.

Fonte: Correiodoestado