Para substituir Papanicolau, testes de DNA começam a ser entregues em maio

Foto: Zanone Fraissat, da Folhapress

A nova tecnologia permite ampliar de três para cinco anos o intervalo entre as coletas e tem sensibilidade de 97% para identificar o vírus, principal causador do câncer de colo do útero.

A distribuição dos testes de DNA para detecção do HPV (papilomavírus humano), que vão substituir o exame citopatológico – popularmente conhecido como Papanicolau –, está prevista para começar em maio, segundo o Ministério da Saúde. A nova tecnologia permite ampliar de três para cinco anos o intervalo entre as coletas e tem sensibilidade de 97% para identificar o vírus, principal causador do câncer de colo do útero.

Conforme reportagem da Folha de S. Paulo, publicada nesta sexta-feira (18), Pernambuco será o primeiro Estado a receber os testes. Minas Gerais também já demonstrou interesse, mas a distribuição ocorrerá em todo o país pelo SUS (Sistema Único de Saúde) ao longo do ano.

“A expansão do teste molecular e do novo rastreamento ocorrerá gradualmente em todo o país ao longo de 2025 e 2026, período em que serão realizados treinamentos e capacitações das equipes”, informou o Ministério à reportagem.

Para a implementação do novo exame, os profissionais de saúde deverão passar por capacitação, já que a mudança impactará a rotina dos atendimentos.

A coleta do material seguirá o mesmo procedimento do Papanicolau, com a retirada de células do colo do útero. A diferença é que, em vez de serem colocadas em uma lâmina, as amostras serão armazenadas em um tubo com meio líquido, onde será feita a leitura do HPV.

Segundo o Inca (Instituto Nacional do Câncer), a estimativa é de que Mato Grosso do Sul registre cerca de 320 novos casos de câncer de colo do útero por ano, no triênio 2023-2025. A média em Campo Grande é de 80 diagnósticos anuais.

O HPV é um vírus comum entre pessoas sexualmente ativas, sendo que cerca de 15% desse grupo é portador. No entanto, a infecção não significa, necessariamente, o desenvolvimento do câncer. Nos casos mais graves, a doença pode apresentar sintomas como sangramento vaginal intermitente ou após relações sexuais, secreção anormal e dor abdominal associada a queixas urinárias ou intestinais.

Fonte: Campograndenews