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sábado, 7 de setembro, 2024
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Pantanal: frio e chuva amenizam fogo, mas chamas ainda não foram extintas, diz Corpo de Bombeiros

Em 2024, a área queimada no bioma já chegou a 764,8 mil hectares, sendo 594,4 mil hectares em Mato Grosso do Sul e 170,2 mil, em Mato Grosso.

Na última semana, Mato Grosso do Sul, mais especificamente Corumbá, cidade mais atingida pelos focos de incêndio no Pantanal, registrou uma onda de frio e algumas chuvas, o que ajudou no combate das chamas que devastam o bioma. Mas é importante alertar que o fogo ainda não foi extinto, como explica o Corpo de Bombeiros.

“Nesse momento recebemos essa massa de ar mais úmida e fria aqui em Corumbá, então o fogo tende a diminuir um pouco na sua intensidade, e isso gera um pouco mais de frutos na parte do campo, na parte do combate, no entanto o fogo não foi extinto”, de acordo com o Capitão do Corpo de Bombeiros, Gabriel Lopes, a mudança do tempo auxiliou o trabalho dos brigadistas no combate do fogo.

Em 2024, a área queimada no bioma já chegou a 764,8 mil hectares, sendo 594,4 mil hectares em Mato Grosso do Sul e 170,2 mil, em Mato Grosso. O mês de junho concentrou 53,3% dos incêndios dos últimos sete meses.

De acordo com o PrevFogo, os incêndios só podem ser considerados extintos após as temperaturas voltarem a subir.

“A gente só pode declarar fogo extinto após voltar às temperaturas, depois de 10 dias de sol, e se os focos de calor não retornarem nesse período, aí podemos declarar fogo extinto. Por enquanto, estamos na vigilância, monitoramento e combate dos focos que têm ressurgido nas áreas que a gente está atuando. A situação hoje é essa, está muito mais tranquila do que nos meses de junho”, esclareceu o coordenador do PrevFogo, Márcio Yule.

Pantanal: frio e chuva amenizam fogo, mas chamas ainda não foram extintas, diz Corpo de Bombeiros
Fogo contra fogo: técnica usada para impedir incêndio no Pantanal. — Foto: Araquém Alcântara

A maior preocupação enfrentada pelos 48 brigadistas em ação no momento é o fogo subterrâneo ou o fogo turfa – um dos incêndios florestais mais complexos na hora do combate, por atingir profundas camadas de matéria orgânica.

“Estamos fazendo o combate, vigilância e monitoramento e nos atentando a quantidade de calor subterrâneo. Onde há uma falsa ideia que o fogo acabou, né? Pode haver a ressurgência, que a gente chama de regressão, em algumas dessas áreas”, avalia o Capitão do Corpo de Bombeiros, Gabriel Lopes.

Fogo no Pantanal

No período de 1º a 30 de junho, a área queimada no Pantanal chegou a 407,1 mil hectares, conforme dados do Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais da Universidade Federal do Rio de Janeiro (LASA-UFRJ). A vegetação devastada equivale a 9 campos de futebol queimado por minuto no bioma, que abrange os estados de Mato Grosso do Sul e Mato Grosso.

Ainda conforme o Lasa, no mês de junho o bioma queimou mais de 13,5 mil hectares por dia; 565,3 hectares por hora, o que representa 9,4 hectares por minuto. Nem em 2020, quando incêndios consumiram 26% do bioma, foram registrados tantos focos de incêndio como em junho de 2024.

Historicamente, a temporada de fogo no Pantanal começa entre o fim de julho e o começo de agosto, momento mais seco do inverno. Entretanto, o período foi antecipado devido à longa estiagem enfrentada pelo bioma e às mudanças climáticas, segundo especialistas.

Fonte: G1 MS