08/12/2015 14h20
Ricardo Najjar, de 24 anos, foi preso durante velório da criança; namorada pode ser indiciada
R7
Ricardo Krause Esteves Najjar, de 24 anos, suspeito de estuprar e matar a própria filha de quatro anos, havia brigado por telefone com a mãe da menina horas antes do crime. Sophia foi encontrada morta dentro do apartamento do pai no Jabaquara, zona sul de São Paulo, na última quarta-feira (2).
Najjar havia ligado para a mãe de Sophia dizendo que iria buscar a menina na escola. A mãe não teria gostado da ideia porque aquele não era o dia de ele ficar com a filha. Geralmente, ele visitava a menina em dias programados.
O casal de ex-namorados discutiu ao telefone. Mesmo assim, o homem foi até a creche onde a filha estudava e a buscou antes da mãe. A creche fica perto do condomínio onde a menina mora com a mãe, também na zona sul da capital. Horas depois, a criança foi encontrada morta.
Antes de acionar o resgate, Najjar ligou duas vezes para o pai e uma vez para a namorada. Ainda não se sabe o tempo das ligações. A princípio, a namorada de Najjar disse aos policiais que morava com o suspeito. Posteriormente, ela mudou a versão afirmando que a irmã dela morava no edifício.
Depois do crime, a namorada foi levada para a delegacia e disse que estava no apartamento de Najjar e o deixou com a menina na cama assistindo a um filme. Em seguida, ela viajou para o interior de São Paulo. A polícia quer confirmar se ela realmente foi para o interior.
Há possibilidade de uma segunda pessoa ter estado no cenário do crime e ajudado o assassino a limpar a cena do crime. Caso seja provado que a namorada de Najjar alterou a cena do crime, ela pode ser indiciada por fraude processual.
A mãe de Sophia foi até o apartamento do ex-namorado assim que soube da morte da filha. O boletim de ocorrência mostra que a polícia pediu uma série de exames, como coleta de material sob as unhas e sexológico. Um laudo preliminar já tinha apontado que a menina havia sido estuprada. Um exame toxicológico também foi pedido.
A investigação da polícia revelou que Najjar era usuário de drogas. No apartamento, os peritos encontraram uma pequena porção de maconha. Na segunda perícia, os peritos utilizaram a substância luminol, que indicou que uma grande quantidade de sangue havia sido lavada em um dos cômodos.
Najjar foi preso durante o velório da filha e deixou o local três horas antes do sepultamento da menina. Ele está preso na carceragem do 77º Distrito Policial (Santa Cecília) em uma sala separada. O homem deve permanecer até o fim do período de prisão temporária.
A polícia vai pedir a prisão preventiva dele a qualquer momento. Najjar já recebeu a visita de parentes e já contratou um novo advogado. O homem é formado em administração e trabalhou em uma companhia aérea e em uma empresa de artigos esportivos.
Desde a morte da filha, a mãe de Sophia está dormindo na casa de parentes. A família dela e de Najjar não tinham muito contato e o homem entrou na Justiça para pedir a guarda da menina.
Pessoas próximas à mãe de Sophia afirmam que Najjar era um pai ausente. Só recentemente que ele passou a dar mais atenção para a menina. Ainda não se sabe se o crime foi premeditado
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