29/10/2016 05h50
O Senador pecuarista e a vaca papel por Ramão Ney Magalhães
Ainda persiste a lei das selvas. Por aqui não foi diferente, o que certamente todos nós lamentamos
Por: Tião Prado
O “boi de piranha”, o “bode expiatório”, é sempre o fazendeiro criador de gado.
Responsável pelo “efeito estufa”, que dizem ser causado pelo desmatamento, e de todos os outros males que afligem a humanidade. Tais como a possível falta de chuvas regulares, a falta de água em algumas regiões do Planeta, as erosões nocivas ao solo etc.
Nós que vivemos em Ponta Porã e Pedro Juan Caballero, duas cidade gêmeas, resultado benéfico da fatídica e trágica campanha Cisplatina de interesses europeus, somos DIFERENTES e, portanto devemos pensar também diferente.
Nossos avós e nossos pais que desbravaram estes sertões fronteiriços criaram gado, exploraram os ervais, derrubaram arvores para construir os ranchos e lares onde fomos abrigados das incertezas do tempo.
Não se esqueçam os “mestres” atuais, que os primeiros bancos escolares e depois as célebres e badaladas “cátedras”, usadas em tribunais ou universidades foram confeccionados e ainda o são com as madeiras das mesmas arvores disponíveis para a
organização da sociedade em que hoje vivemos. E nas Igrejas também!
Ainda persiste a lei das selvas. Por aqui não foi diferente, o que certamente todos nós lamentamos.
Não bastassem todas as injúrias e culpas que a sociedade atual lança contra o próprio passado, sempre que surgem denuncias contra políticos instados a comprovar seus rendimentos astronômicos, aparecem milagrosamente altos negócios da pecuária.
Nos últimos dias assistimos estarrecidos, porem já acostumados, às denuncias contra o Presidente do Senado, Renan Calheiros.
Responsabilizado em gastar mais do que ganha e tendo suas despesas pagas por uma Empreiteira investigada em praticar fraudes e “lobbies” com políticos no poder a defesa desse homem publico volta a apelar para rendimentos da pecuária, com a comercialização de gado.
Aqui em nosso MS, adiantado e evoluído nesse setor, o pleito de seus advogados não teria sucesso.
A Sanidade Animal no Mato Grosso do Sul é a mais eficiente possível neste País, que agora com esse fato mais do que nunca comprovadamente desorganizado.
Por aqui com uma clicada apenas, é possível levantar-se o estoque de cada criador, quer no IAGRO ou no Sistema Fazendário. Cuidem-se os políticos/fazendeiros que militam por aqui.
Lá nas Alagoas, terra do COLLOR, do RENAN e da HELOISA HELENA, tudo é diferente. O Frigorífico Mafrial de Zoraide Brandão comprava gado do Veterinário/Capataz de Renan e Secretario de Defesa Sanitária Animal, Gualter Peixoto, tudo isso no Município de Murici cujo Prefeito é Renan Calheiros Filho.
Os fatos acima relatados reafirmam minha convicção sobre a FEBRE AFTÓSA, que existe no Universo produtivo e que considero ser no MS um mal perfeitamente capaz de conviver, sob vacinação. Sem os estardalhaços governamentais que a transforma em doença Político/Econômica.
Como nem tudo é perfeito, ainda se comenta muito sobre VACA PAPEL, um artifício contratual para documentar dívidas e outras falcatruas. Ao final do Censo Agropecuário ora realizado, saberemos se de fato possuímos 23 milhões de cabeças de gado. Possivelmente seja esclarecida a duvida de muitos sobre a possibilidade de que por aqui, como nas ALAGOAS, ainda existir a VACA PAPEL.
R.Ney Magalhães – Produtor Rural em Amambaí.
Foi Diretor /Fundador da FAMASUL e Presidente do Sindicato Rural de Ponta Porã