Recentemente, um comentário de Tallis Gomes, ex-CEO da G4 Educação, gerou indignação ao declarar que “Deus me livre de uma mulher CEO“. Embora expressa como uma opinião pessoal, essa frase reverberou profundamente em um contexto corporativo ainda marcado por desigualdades de gênero. É alarmante pensar que, em pleno 2024, ainda existam vozes que questionam a capacidade das mulheres de liderar. Esse episódio traz à tona uma questão mais ampla: a luta das mulheres por reconhecimento e respeito em um mundo tradicionalmente dominado por homens. Muitas vezes, ainda se acredita que, para uma mulher ser bem-sucedida em um cargo de liderança, ela precisa sacrificar aspectos fundamentais da vida pessoal, como a maternidade e a família. Esse mito, que perpetua a ideia de que as mulheres não podem conciliar a vida familiar com a liderança, precisa ser desmantelado. Exemplos como Luiza Helena Trajano, ex-CEO do Magazine Luiza, e Cristina Junqueira, cofundadora do Nubank, mostram que é possível ser uma líder de sucesso sem abrir mão da vida pessoal. Elas são inspirações para outras mulheres que sonham com cargos de liderança, provando que competência não tem gênero e que o futuro dos negócios pode ser moldado pela diversidade. Hoje, empresas que valorizam a diversidade de gênero estão colhendo os frutos dessa inclusão. A 4blue, por exemplo, conta com 12 gestores, dos quais 7 são mulheres, demonstrando uma mudança positiva na cultura corporativa, onde habilidades e competências são reconhecidas independentemente do gênero. Além disso, a empresa tem 4 diretores — dois homens e duas mulheres — reforçando a importância de uma liderança equilibrada e inclusiva. |
Aleksander Alvaca, CEO da 4blue e pai de duas meninas, destaca a importância de ensinar às futuras gerações que o papel da mulher é onde ela desejar estar. “Eu faço questão de que minhas filhas saibam que não existe limite para elas. Lugar de mulher é onde ela quiser. E é essa mensagem que também levamos à cultura da empresa”, afirma Alvaca. Sua postura empodera não apenas suas filhas, mas também inspira toda a equipe a lutar por um ambiente de trabalho mais inclusivo e igualitário. A presença feminina em cargos de liderança é um movimento que transcende a esfera individual. É uma transformação coletiva que exige que a sociedade reconheça a liderança feminina como uma norma, e não uma exceção. As reações ao comentário de Gomes revelam uma resistência ainda presente em muitos homens diante da ascensão das mulheres, mas também expõem a insegurança daqueles que veem suas posições de poder sendo desafiadas por um novo paradigma. O futuro do empreendedorismo deve ser inclusivo e colaborativo, onde homens e mulheres compartilham responsabilidades e conquistas em pé de igualdade. A competência, e não o gênero, deve ser a única métrica de sucesso. Além disso, o papel das mulheres empreendedoras vai além das paredes corporativas. Elas estão transformando o mercado, inovando em diversas áreas, gerando empregos e impulsionando o crescimento econômico. Mesmo diante dos desafios únicos, como equilibrar trabalho e vida pessoal, sua resiliência e determinação são inspiradoras. Muitas dessas líderes constroem redes de apoio mútuo que ajudam a superar barreiras, criando um ambiente onde todas podem crescer. À medida que mais mulheres conquistam espaço no mundo dos negócios, a narrativa começa a mudar. Cada conquista feminina é um passo em direção a um futuro mais igualitário, onde o sucesso é acessível a todos, independentemente de gênero. Reconhecer e celebrar essas vitórias é fundamental para pavimentar o caminho para as próximas gerações. É hora de derrubar estereótipos e preconceitos, reconhecendo que mulheres são, sim, excelentes líderes e que seu lugar é onde elas escolherem estar. O verdadeiro desafio não é o que as mulheres devem superar, mas como a sociedade pode se unir para apoiar e valorizar seu papel no mundo dos negócios. Neste contexto, as vozes das mulheres empreendedoras são essenciais. E, ao invés de se abalar por declarações infelizes, elas estão provando com suas ações que o futuro pertence a todos — e que o espaço para a liderança feminina não apenas existe, mas é mais do que merecido.O recado é claro: o mundo corporativo precisa acolher a diversidade, permitindo que cada mulher brilhe em sua própria jornada. Afinal, como bem disse Aleksander Alvaca, “lugar de mulher é onde ela quiser”. E esse é o futuro que estamos construindo juntos. |