Nova variante do vírus Sars-CoV-2 é identificada em São Paulo, Rio de Janeiro e Santa Catarina

Linhagem chamada de XEC, pertencente à variante Omicron é mais transmissível; pelo menos 35 países identificaram a cepa.

Uma linhagem do vírus causador da Covid-19, o Sars-CoV-2, que vem se espalhando pelo mundo foi foi detectada no Rio de Janeiro, em São Paulo e em Santa Catarina. A linhagem, chamada de XEC, pertencente à variante Omicron é mais transmissível começou a chamar atenção em junho de 2024, devido ao aumento de detecções na Alemanha, e vem se espalhando pelo mundo. Pelo menos 35 países identificaram a cepa.

O primeiro achado no Brasil foi realizado pelo Instituto Oswaldo Cruz em amostras referentes a dois pacientes que moram no Rio e foram diagnosticados com Covid-19 em setembro. A identificação foi realizada pelo Laboratório que atua como referência para Sars-CoV-2 junto ao Ministério da Saúde e à OMS (Organização Mundial da Saúde).

O Ministério da Saúde e as secretarias Estadual e Municipal de Saúde do Rio de Janeiro foram informados sobre o achado. As sequências genéticas decodificadas foram depositadas na plataforma online Gisaid nos dias 26 de setembro e 7 de outubro. Também foram depositados, por outros pesquisadores, genomas da linhagem XEC decodificados em São Paulo, a partir de amostras coletadas em agosto, e em Santa Catarina, de duas amostras coletadas em setembro.

Monitoramento

A XEC foi classificada pela OMS em 24 de setembro como uma variante em monitoramento. Isso ocorre quando uma linhagem apresenta mutações no genoma suspeitas de afetar o comportamento do vírus e observam-se os primeiros sinais de “vantagem de crescimento” em relação a outras variantes em circulação. Depois disso, espalhou-se pela Europa, pelas Américas, pela Ásia e Oceania.

De acordo com a pesquisadora do Laboratório de Vírus Respiratórios, Exantemáticos, Enterovírus e Emergências Virais do IOC Paola Resende, dados do exterior indicam que a XEC pode ser mais transmissível do que outras linhagens. “Em outros países, essa variante tem apresentado sinais de maior transmissibilidade, aumentando a circulação do vírus. É importante observar o que vai acontecer no Brasil.”, afirma Paola, que também atua na Rede Genômica Fiocruz.

Origem

Análises indicam que a XEC surgiu pela recombinação genética entre cepas que circulavam anteriormente. O fenômeno ocorre quando um indivíduo é infectado por duas linhagens virais diferentes simultaneamente. Nessa situação, pode ocorrer a mistura dos genomas dos dois patógenos durante o processo de replicação viral. O genoma da XEC apresenta trechos dos genomas das linhagens KS.1.1 e KP.3.3. Além disso, a linhagem apresenta mutações adicionais que podem conferir vantagens para a sua disseminação.

Fonte: R7