Nota sobre a metodologia das Estimativas Populacionais e progressão da população de Ponta Porã.

IBGE

Censo seria realizado em 2020, mas devido a covid não acontecerá

O IBGE, em todos os seus 84 anos, é responsável por uma série de pesquisas que retratam o país, suas regiões e
população. Dentre as mais de 50 pesquisas realizadas atualmente pelo órgão, os Censos ainda são as mais
reconhecidas pela população.


Os Censos Demográficos são ferramentas essenciais para conhecimento da população brasileira. Envolvem grande
quantidade de recursos e de pessoal, o que inviabiliza sua realização frequente. Por isso, são executados a cada
década, tendo os dois últimos sido realizados em 2000 e 2010.


Os censos são uma pesquisa domiciliar de caráter universal, ou seja, que tem o objetivo de visitar todos os domicílios do país. A cada Censo, todos os municípios do Brasil são visitados e sua população contada, bem como são obtidas diversas informações que servem para diversos planejamentos e/ou estudo.

Para suprir a necessidade de dados estatísticos entre os Censos são realizadas diversas pesquisas e, também,
calculadas anualmente as Estimativas Populacionais, que não são pesquisas domiciliares. Neste caso, para se chegar aos números das populações, não se visitam as casas. Usa-se um modelo matemático de projeção que considera diversos fatores, conforme detalhado em:
https://www.ibge.gov.br/estatisticas/sociais/populacao/9103-estimativas-de-populacao.html?=&t=notas-tecnicas

O número de nascimentos e de óbitos registrados em um município são parte do que se deve estudar para
compreender o cálculo do crescimento vegetativo da população daquele local (soma-se o número de nascimentos
ao número de moradores anterior e diminui-se o número de óbitos). Nas estimativas de população, no entanto, os
registros de nascimentos e de óbitos não são utilizados, pois diversos municípios têm registros de nascimentos e de
óbitos que não retratam a realidade, sofrendo de diferentes níveis de sub-registros, comumente imensuráveis.

Outra impossibilidade é medir corretamente a migração (entrada e saída de moradores da cidade) a cada ano, pois
não há disponibilidade de registros administrativos que permitam a mensuração direta do volume e dos fluxos dos
movimentos migratórios nos municípios. As pesquisas sobre a migração para o nível municipal se restringem aos
Censos Demográficos ou às Contagens de população.

A soma destes fatores a outros torna necessária a utilização de métodos matemáticos e/ou demográficos para a
estimativa da população total dos municípios.

Em suma, apenas por ocasião das operações censitárias o IBGE levanta as populações de todos os municípios
brasileiros. No período intercensitário, as populações municipais são estimadas por modelo matemático, que tem
como principal insumo a tendência de crescimento da população delineada pelas populações recenseadas nos dois
últimos censos. Novos empreendimentos que, porventura, venham alterar as tendências já observadas de
crescimento dos municípios só serão considerados para cálculo de nova tendência no próximo recenseamento ou
contagem populacional.

Assim, fica ressaltada mais uma vez a importância dos Censos Demográficos. O Censo seria realizado em 2020, porém, a situação imposta pela pandemia da Covid-19 não o permitiu. Não havia sentido em visitar os domicílios, pondo em risco a vida dos envolvidos na operação e da população como um todo.

As estimativas populacionais de MS e de Campo Grande, comparadas às de Ponta Porã, mostram que as
porcentagens de crescimento desta são sempre superiores às da capital e do estado.


Enquanto a capital cresceu, em média, 1,19% ao ano e o estado, 1,12%, Ponta Porã teve média de 1,57% desde 2018.


O número ganha mais expressividade se considerada a tendência de queda no crescimento populacional que vem sendo registrada na maioria dos municípios do país há anos.

Para que se compreenda melhor o que são moradores de uma cidade e o que é população, primeiro se faz necessário compreender qual a definição de morador. Para o IBGE, o conceito, consolidado há muito, é definido de forma clara e objetiva. Morador é aquele que:


a) tem o domicílio como local habitual de residência e nele se encontrava na data de referência; ou
b) embora ausente na data de referência, tem o domicílio como local habitual de residência, desde que a ausência
não seja superior a 12 meses pelos motivos que veremos a seguir:
b.1) viagem a passeio, a serviço, a negócios, de estudos etc.;
b.2) afastamento de sua comunidade tradicional por motivo de caça, pesca, extração vegetal, trabalho na
roça, participação em festas ou rituais;
b.3) internação em estabelecimento de ensino ou hospedagem em outro domicílio, pensionato, república de
estudantes, visando facilitar a frequência à escola durante o ano letivo;
b.4) detenção sem sentença definitiva declarada;
b.5) internação temporária em hospital ou estabelecimento similar; e
b.6) embarque a serviço (militares, petroleiros etc.).


Em contraste com a definição acima, a população flutuante é formada por diversos tipos de pessoas, podendo fazer
parte dela: estudantes que voltam para casa nas férias; trabalhadores de um local, que se deslocam semanalmente
para trabalharem em cidade distinta; pessoas que buscam atendimento médico em município diferente do seu de
moradia e pessoas que fazem negócios no município, voltando para suas cidades de origem depois de certo período.
Ou seja, a população flutuante (aquela que entra e sai em movimentos diários, ou mesmo por um período maior que um dia, mas menor que 12 meses) não é contada em determinado município devido à definição de Morador adotada no Censo Demográfico. Também o IBGE não pode utilizar a população flutuante para estimar ou contar população pois, como o próprio nome diz, esta flutua e não permite uma contabilização correta. Ademais, se fosse considerada, permitiria uma duplicidade de contagem. Ou seja, o indivíduo poderia ser contado em seu município de origem simultaneamente, naquele onde está momentaneamente, corrompendo o processo censitário. Ou seja, a definição clara do que é morador também tem como objetivo impedir a duplicidade de contagem.

Ponta Porã, assim como outros municípios do estado, tem características que geram grande fluxo de pessoas em seu território que não podem ser contadas como população efetiva do município. Porém, para compreender parte destes fluxos de pessoas, o IBGE realiza um estudo chamado Regiões de Influência das Cidades – REGIC. Sua última publicação, referente ao ano de 2018, classificou como Arranjo Populacional Internacional a junção “Pedro Juan Caballero/Paraguai – Ponta Porã/Brasil”.


O trecho de tabela a seguir é parte dos dados obtidos no estudo e mostra que a extensa fronteira do estado influencia na busca de serviços e produtos em diversos dos municípios de MS. Vê-se que a procura por serviços de saúde, venda de produtos eletrônicos e cursos de ensino superior são os maiores motivos que geram movimentações de pessoas na rede urbana, saindo de seus Municípios e buscando atendimento em Ponta Porã.
As principais cidades do Paraguai que apresentam um fluxo de pessoas considerável são: Bella Vista Norte, Capitán
Bado, Concepcion, Yby Yaú e Pedro Juan Caballero. Este último, apresentou cerca de 90% da participação de pessoas residentes deslocando-se para, por exemplo, serviços de saúde de alta complexidade e cursos de ensino superior.


Entre os municípios brasileiros, Antônio João, Aral Moreira, Coronel Sapucaia, Paranhos, Dourados, Rio Brilhante e
Amambai, foram os principais locais que apresentaram deslocamento para Ponta Porã.

A circulação destes indivíduos, que são moradores de outras localidades, mas visitam Ponta Porã buscando produtos
ou serviços, gera a percepção de número populacional superior àquele de fato existente no município. Da mesma
forma, a busca por serviços médicos de baixa, média e alta complexidade pode também estar ligada ao número de
nascimentos registrados nos hospitais locais.


O estudo não detalha todas as formas de circulação entre países, no entanto, seus resultados podem servir ao
planejamento dos órgãos e/ou instituições interessadas.


Por fim, o IBGE se mantém disponível para esclarecer quaisquer dúvidas que ainda restarem, bastando entrar em
contato através de um dos nossos canais de atendimento, conforme abaixo.
Supervisão de Disseminação de Informações

A circulação destes indivíduos, que são moradores de outras localidades, mas visitam Ponta Porã buscando produtos
ou serviços, gera a percepção de número populacional superior àquele de fato existente no município. Da mesma
forma, a busca por serviços médicos de baixa, média e alta complexidade pode também estar ligada ao número de
nascimentos registrados nos hospitais locais.


O estudo não detalha todas as formas de circulação entre países, no entanto, seus resultados podem servir ao
planejamento dos órgãos e/ou instituições interessadas.


Por fim, o IBGE se mantém disponível para esclarecer quaisquer dúvidas que ainda restarem, bastando entrar em
contato através de um dos nossos canais de atendimento, conforme abaixo.


Supervisão de Disseminação de Informações


(67) 33204218 (whatsapp também)

[email protected]