‘Nós não podemos zerar nosso estoque de pesqueiro que, realmente, reduziu muito ao longo dos anos’, diz deputado

Evander Vendramini (PP), é o entrevistado do Papo das 6, do Bom Dia MS, desta quinta-feira (4).

04/04/2019 08h57 – G1

O deputado estadual Evander Vendramini (PP), é o entrevistado do Papo das 6, do Bom Dia MS, desta quinta-feira (4). Paulista de Monte Aprazível, ele se mudou para Corumbá, na fronteira com a Bolívia, em 1988. No primeiro mandato como deputado, atual presidente da comissão de controle de eficácia legislativa e também legislação participativa da assembleia, ele fala sobre assuntos da política, prioridades para o desenvolvimento do estado, entre outros assuntos.

“A minha família se mudou para o estado de Mato Grosso do Sul em 1982. Evidentemente eu fui na época bancário, trabalhei no comércio em Campo Grande e depois fui montar um comércio em Corumbá e virei corumbaense de coração. A cidade me adotou. Amo Corumbá, amo Ladário. E ali fui muito bem recebido e tive quatro mandatos de vereador e me elegeram deputado estadual. É uma honra muito grande ser corumbaense de coração”, afirmou.

Entre as prioridades, Vendramini fala em ajudar e contribuir para o desenvolvimento do estado. “Nós temos uma necessidade muito grande em Corumbá de empregos. É fundamental para o desenvolvimento da cidade para que as pessoas possam viver ali e também na área da saúde. Nós temos um único hospital de caridade, que atende a 150 mil pessoas e com uma deficiência de recursos muito grande. Nós precisamos que governo do estado e governo federal entenda que ali é uma macrorregião. Temos médicos profissionais, cirurgiões de diversas áreas que podem atender o centro-sul do estado lá em Corumbá. Nós precisamos de aporte financeiro hoje, recebemos do estado apenas R$ 350 mil, os repasses do governo federal R$ 1.089.000 e nós temos uma despesa em torno de R$ 3,5 milhões para manter aquela estrutura de atendimento para Corumbá, Ladário e também da Bolívia. O SUS [Sistema Único de Saúde] atende universalmente e nós não podemos deixar de atender, então nós precisamos que o estado e a união repasse. Hoje esse aporte é feito pelo município, que tem arcado mensalmente em torno de R$ 750 mil, então a saúde é uma questão de prioridade e precisa de um olhar diferenciado. E a geração de emprego é importante para a tranquilidade das famílias que vivem lá”, avaliou.

No caso da cota zero para a pesca amadora, que este ano diminuiu de 10 kg para 5 kg de pesca, o deputado foi questionado se o setor de pesca está preparado para essa nova fase. “Nós precisamos, evidentemente, de um processo de transição e é isso que está acontecendo. A cota é necessária, nós não podemos zerar o nosso estoque de pesqueiro que, realmente, reduziu muito ao longo dos anos. Agora, tem as pessoas que vivem desse setor, então nós precisamos de um período de transição, de se discutir e fazer com que as pessoas que vivem da pesca tenham condições de ter alternativas para continuar vivendo. Mas, a preservação é inevitável e isso é feito em grande parte do Brasil e do mundo e Mato Grosso do Sul também precisa se adequar. Só que acima de tudo tem que pensar nas pessoas que ali vivem, não só em Corumbá, como Coxim, Miranda e também Porto Murtinho que vive essa realidade, então tem que se discutir bem com os setores e os profissionais que tiram dali o seu sustento”, ressaltou.

Atual suplente na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e pediu vistas ao projeto do Cabo Almi (PT), que pretende suspender o decreto da cota por 120 dias. O parecer ainda não foi dado e ficou para a semana que vem. Ele então fala sobre o que falta para finalizar.

“Olha, eu acho que o debate nunca é demais. Nós temos que analisar e sempre sensibilizar o governo, que tem tido este entendimento para que a gente possa, ao final, dessa legislação que tem que ser cumprida, trazer o melhor para a população. Nós não podemos, simplesmente, impor uma regra, uma conduta, uma legislação e aquilo não atender o anseio da população. O destinatário final de qualquer legislação são as pessoas e isso nós precisamos priorizar, o interesse da maioria”, ressaltou.

O parlamentar ainda comentou sobre a situação dos isqueiros, donos de hotéis, período maior para a cota zero, situação das barragens de rejeitos de minérios, entre outros assuntos.

Evander Vendramini, deputado estadual em MS pelo PP — Foto: Reprodução/TV Morena