Morre Adilson Schieffer, artista visual que eternizou cultura indígena kadiwéu

Foto: Arquivo pessoal

Ele lutava contra problemas de saúde que se intensificaram desde outubro do ano passado, com complicações no coração

O artista plástico Adilson Schieffer Martinez, de 67 anos, morreu nesta terça-feira (28), após uma parada cardíaca. Ele lutava contra problemas de saúde que se intensificaram desde outubro do ano passado, com complicações no coração.

Adilson estava internado na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) neste fim de semana, após descobrir uma trombose na perna, e a suspeita é que o trombo tenha se deslocado para o coração, resultando na morte.

Essencial na arte sul-mato-grossense, ele era reconhecido por seu trabalho na preservação e promoção da iconografia indígena, com destaque para a etnia kadiwéu, e pelos seus projetos voltados ao resgate de símbolos arqueológicos da região.

Natural de São Manuel (SP), ele se mudou para Campo Grande, na década de 1980, e foi aqui que consolidou sua carreira, dedicando-se à pesquisa e à criação de obras que dialogavam com as tradições indígenas locais, especialmente o Pantanal e a cultura guaicuru e kadiwéu.

Adilson também foi um grande curador de arte, tendo fundado a Unidade Guaicuru de Cultura e sido cenógrafo da TV Educativa, onde trabalhou por sete anos. Sua paixão pela natureza do Pantanal e pelo estudo da arqueologia o levou a representar, de forma única, as histórias e símbolos que formam a identidade da região.

Em novembro de 2023, Adilson passou a viver em Junqueirópolis (SP), a 443 km da Capital, onde continuou imerso no seu trabalho criativo. Nos últimos tempos, ele manifestou o desejo de produzir obras religiosas, voltadas para a iconografia católica, com especial interesse por gravuras de Maria.

A filha do artista, Raíra Fernanda Martinez Guimarães, emocionou-se ao relatar que no último sábado (25), ele pediu pincéis, mas não teve tempo de concluir seus trabalhos. “Ele morreu sorrindo, a alegria dele contagiava todo mundo”, afirmou.

Adilson deixa um legado artístico profundo e um legado na cena cultural de Mato Grosso do Sul. O velório acontece na tarde de hoje e o sepultamento está marcado para amanhã (29), às 9h, no cemitério local. O artista deixa duas filhas, esposa, e três netos.

Fonte: Campograndenws