Brasília, 23/04/2025 – Especialistas, influenciadoras e autoridades se reuniram, na terça-feira (22), para discutir os desafios e avanços na promoção da equidade de gênero no campo científico e tecnológico, em evento promovido pelo TikTok, no Sesi Lab, do Serviço Social da Indústria. A Secretaria de Direitos Digitais (Sedigi), do Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP), participou dos debates, que ocorreram em torno do tema Mulheres na Ciência.
Em uma das rodas de conversa do evento, a secretária Lílian Cintra de Melo defendeu uma internet mais inclusiva, segura e acessível, especialmente para meninas e adolescentes. “Precisamos pensar na internet do futuro como um espaço de segurança, inovação e inclusão”, afirmou, destacando a Crescer em Paz: Estratégia de Justiça e Segurança Pública para Proteção de Crianças e Adolescentes.
“Precisamos pensar na internet do futuro como um espaço de segurança, inovação e inclusão” — Lílian Cintra de Melo – secretária de Direitos Digitais
Um dos eixos da iniciativa do MJSP, lançada em 10 de abril, é o contexto digital, que protege também as meninas nesse ambiente. “A proposta é adequar o acesso e o consumo de conteúdos on-line à autonomia progressiva da criança e do adolescente, inclusive, fornecendo informações às famílias, além de apoiar o fortalecimento e a qualificação da investigação de crimes digitais contra esse público”, ressaltou.
Também integrou a roda a professora doutora em Engenharia Civil, Maura Shzu — do Programa Meninas Velozes, da Universidade de Brasília (UnB).
Mulheres no poder
Lílian também ressaltou a importância da ocupação de espaços de poder por mulheres, especialmente em ambientes tradicionalmente dominados por homens. Ela compartilhou experiências de sua trajetória acadêmica e profissional, desde o início, no interior de Pernambuco (PE), até a formação em Direito e o doutorado pela Universidade de São Paulo (USP), com período sanduíche na Universidade de Harvard.
A secretária comentou ainda os desafios enfrentados por mulheres jovens em espaços elitizados e majoritariamente masculinos. “Quando percebo que sou a única mulher ou a pessoa mais jovem em uma mesa de decisões, sinto uma força que me impulsiona a não aceitar essa condição como limitadora”, disse.
Meninas Velozes
O evento foi marcado por trocas de experiências entre gerações e trajetórias diversas. Um grupo de jovens integrantes do Programa Meninas Velozes contribuiu com o debate. A iniciativa surgiu, em 2013, como um Projeto de Extensão da UnB, vinculado à Faculdade de Tecnologia, e tem como objetivo incentivar a participação de meninas e mulheres nas áreas Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática (STEM, sigla em inglês). As ações são voltadas para contribuir com a redução da desigualdade de gênero nos cursos das áreas tecnológicas.
Kelly Teixeira, uma das estudantes presentes, acredita que mulheres em posições de liderança têm uma visão mais ampla da sociedade, por vivenciarem diferentes papeis ao longo da vida. “Para ocupar esses espaços, é preciso superar crenças limitantes impostas desde a infância. Mais do que competência técnica, é necessária uma grande resiliência e empatia para propor soluções mais humanizadas”, afirmou.