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sábado, 21 de setembro, 2024
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Ministra anuncia que 65 agentes da Força Nacional vão proteger indígenas em área de conflito

Na área estão acampadas 126 famílias, com 18 idosos, 70 crianças (incluindo bebês) e 50 jovens menores da idade.

Até sexta-feira (9), a Terra Indígena Panambi-Lagoa Rica, área de conflito, deve ter 65 agentes da Força Nacional e 24 viaturas atuando na proteção dos povos indígenas. O anúncio de reforço no efetivo foi feito pela ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara, nesta terça-feira (6), durante visita ao local de conflito.

Na área estão acampadas 126 famílias, com 18 idosos, 70 crianças (incluindo bebês) e 50 jovens menores da idade. A poucos metros, proprietários rurais montaram tendas e estão no local com caminhonetes. Representantes dos fazendeiros devem conversar com a ministra, que já ouviu os indígenas.

Major Antonio, da Força Nacional, afirma que o coordenador da missão deve chegar ainda hoje à região e pediu calma aos indígenas. “Peço uma coisa para vocês, para evitarem o conflito. Deixe que a gente cuida da segurança de vocês. Sei que querem o direito de vocês e eles também”, disse.

A situação é tensa na região há cerca de 20 dias e existem denúncias de indígenas baleados por atiradores. Um atirador chegou a ser preso pela Força Nacional e as caminhonetes dos fazendeiros foram revistadas, mas não foram encontradas armas de fogo.

Ministra anuncia que 65 agentes da Força Nacional vão proteger indígenas em área de conflito
Foto: Nathália Alcântara/Jornal Midiamax

Ministra tenta apaziguar conflito

Nesta terça-feira (6), a ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara, chegou ao Mato Grosso do Sul acompanhada de equipe, e viajaram em direção à área de conflito, apesar do clima de tensão por lá nos últimos dias.


“A gente viu situações muito graves, onde os ataques violentos estão acirrando os conflitos. A gente precisa de mediação, a nossa vinda é para promoção da segurança dos indígenas”, disse a ministra ao afirmar que fez questão de ir até a área para tentar pôr fim à violência.

Sônia Guajajara disse que ontem a comissão Guarani Kaiowá pediu investigação da Polícia Federal para apurar quem foram os mandantes dos ataques armados contra os povos indígenas.

Ministra anuncia que 65 agentes da Força Nacional vão proteger indígenas em área de conflito
(Foto: Nathália Alcântara/Jornal Midiamax)

Enquanto isso, tem conversado com o STF (Superior Tribunal Federal) para avaliar a situação da área e tentar resolver esse conflito. A Terra Indígena Panambi – Lagoa Rica é uma terra oficialmente reconhecida, identificada e delimitada com 12,1 mil hectares desde 2011. Seu processo de demarcação, contudo, está paralisado por conta de medidas que tentam instituir a tese do Marco Temporal.

Equipe ouve indígenas da região

Com ajuda de um intérprete, os indígenas relatam a situação vivida no local nos últimos dias. A mãe de um garoto baleado e que segue internado, contou que quando começou o conflito sabia que o filho ia lutar pela permanência na terra indígena. Outros dois jovens disseram ter sido atingidos por tiros, mas não especificaram se foram balas de borracha.

Os indígenas cobram a demarcação das terras indígenas na região. A equipe, composta também pela presidente da Funai (Fundação Nacional dos Povos Indígenas), Joenia Wapichana, o secretário-executivo do Ministério dos Povos Indígenas, Eloy Terena, e a deputada federal por MG, Celia Xakriabá, deve ir para Dourados.

Na segunda-feira (5), o desembargador Audrey Gasparini, do TRF3 (Tribunal Regional Federal da 3ª Região), suspendeu ordem de reintegração de posse concedida pela Justiça federal de Dourados, que ordenava o despejo da comunidade Terra Indígena Panambi Lagoa Rica, em Douradina.

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Foto: Nathália Alcântara/Jornal Midiamax

Fonte: Midiamax