O mercado brasileiro de frutas e vegetais apresenta um cenário promissor, com previsão de crescimento expressivo nos próximos anos. De acordo com a pesquisa da Mordor Intelligence, estima-se que o faturamento do setor aumente 33% nos próximos cinco anos, passando de US$ 25,8 bilhões em 2024 para US$ 33,6 bilhões em 2029. A análise do Setor de Hortifruti do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), com dados da Euromonitor, aponta que, no Brasil, o consumo de frutas e hortaliças frescas deverá crescer mais em termos de receita do que de volume.
Tendências e Perspectivas de Crescimento
Segundo o Cepea, as tendências para o médio prazo indicam que o consumo de frutas será mais expressivo do que o de hortaliças. Além disso, espera-se uma demanda crescente por hortifrútis processados e uma ampliação na ingestão de sucos 100% frutas, apesar de um recuo global esperado nesse segmento.
Edgard Braz, engenheiro agrônomo e especialista em hortifruti da Ascenza Brasil, destaca que o consumo de alimentos frescos continua em alta no Brasil e que os agricultores precisam estar preparados para expandir seus negócios com foco em sustentabilidade. “O mercado aquecido de frutas e hortaliças exigirá maior proteção dos cultivos, com estratégias otimizadas e personalizadas para cada tipo de lavoura”, afirma Braz.
Sustentabilidade e Qualidade na Produção
Braz também observa que os hortifruticultores devem estar atentos às demandas do mercado e à realidade de suas lavouras, para garantir que a produção atenda às expectativas dos consumidores, que valorizam cada vez mais a sustentabilidade, a qualidade e a saúde nos alimentos. “É essencial entender o manejo da lavoura para produzir mais e melhor. A Ascenza colabora com esses produtores, oferecendo soluções adequadas às suas necessidades”, completa o especialista.
Desafios e Inovações no Setor
O Anuário 2024-2025 da Revista Hortifruti Brasil, elaborado pela equipe do Cepea, explica que o aumento da receita do setor está atrelado a melhorias nos processos de produção e comercialização, assim como ao incremento dos custos. Para se destacar, o produtor precisa considerar inovações como novas cultivares, produtos minimamente processados e embalagens diferenciadas, que atendem à demanda por conveniência e praticidade.
Além disso, para enfrentar as variações climáticas e garantir bons resultados na colheita, a adoção de novas técnicas e tecnologias se torna essencial. Cultivares híbridas, cultivo protegido, enxertia de mudas, plantio mais adensado, manejo fitossanitário intensivo e maior uso de irrigação são algumas das medidas sugeridas pelo Cepea para aumentar a produtividade frente aos desafios climáticos.
Exportações e Perspectivas para 2024
Em relação às exportações, a redução nas vendas de uva, maçã e banana, devido a desafios climáticos, será compensada pelo aumento nas exportações de mangas, melões, limas ácidas tahiti, abacates, caquis e goiabas. A expectativa é de que o faturamento das exportações em 2024 seja elevado, embora inferior ao recorde registrado em 2023.
A fruticultura brasileira, que representa 16% da indústria agrícola nacional, produziu 43 milhões de toneladas de frutas em 2023, colocando o Brasil como o terceiro maior produtor mundial, atrás apenas da China e da Índia. As exportações brasileiras de frutas atingiram US$ 1,35 bilhão em 2023, o maior valor da história, com a União Europeia como principal destino, respondendo por cerca de 50% das exportações, seguido pelos Estados Unidos, que também têm aumentado sua demanda pelos produtos brasileiros.
Fonte: Portal do Agronegócio
Fonte: Portal do Agronegócio