Mato Grosso do Sul tem a menor taxa de desemprego da história

Foto: Divulgação/FIEMS

O maior valor foi verificado em Pernambuco (10,2%). 

A taxa anual de desemprego em Mato Grosso do Sul fechou em 3,9% no ano passado, redução de 0,8 ponto porcentual ante o apurado em 2023 (4,7%).

O índice é o menor registrado em toda a série histórica da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgada desde 2012 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

No quarto trimestre de 2024, a taxa de desocupação em MS foi estimada em 3,7%, a quinta menor do País, atrás de Mato Grosso (2,5%), Santa Catarina (2,7%), Rondônia (2,8%) e Paraná (3,3%). O maior valor foi verificado em Pernambuco (10,2%). 

Conforme o doutor em Economia Michel Constantino afirmou ao Correio do Estado, Mato Grosso do Sul tem um cenário muito positivo quanto à empregabilidade.

“O Estado vem realmente crescendo nisso e vai continuar com a taxa de desemprego bem positiva, porque a gente está atraindo cada vez mais empresas, o que faz com que se mantenha esse nível de emprego, e podemos chamar tecnicamente de pleno emprego, porque o pleno emprego é quando você tem esse fluxo entre troca de empresa e uma taxa baixa de desemprego”, avalia. 

O titular da Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc), Jaime Verruck, corrobora que o Estado continua com nível de atividade econômica elevado e, por isso, tem uma das menores taxas de desocupação do País. 

“Isso demonstra a continuidade do crescimento econômico e da geração de novas vagas de trabalho”, afirmou.

O mestre em Economia Eugênio Pavão frisa que as indústrias de celulose e outros empreendimentos têm atraído inclusive trabalhadores de fora de MS. 

“Temos a atração de profissionais de nível médio, principalmente nas indústrias, e nível superior, na área de florestas. A atração de profissionais de outras regiões e países mostra o aquecimento da economia de MS, com ocupações no setor de serviços complementando a indústria”.

Ainda de acordo com o IBGE, Mato Grosso do Sul tinha 2,26 milhões de pessoas em idade de trabalhar, permanecendo estável em relação ao mesmo trimestre do ano anterior. Destas, 1,47 milhão estavam na força de trabalho, 1,42 milhão estavam ocupadas e 55 mil, desocupadas. O nível da ocupação foi estimado em 62,8%. 

A taxa de informalidade no Estado ficou em 33,7%, ocupando a sexta posição no ranking nacional. Entre as capitais, Campo grande fica com a nona menor taxa de informalidade, com 30,3%.

RENDIMENTO
O rendimento médio real habitual advindo de todos os trabalhos em MS foi de R$ 3.401 apresentando estabilidade em relação ao trimestre anterior (R$ 3.346) e em comparação com o mesmo trimestre do ano anterior (R$ 3.388). Considerando-se o rendimento do trabalho principal, se comparado aos outros estados, Mato Grosso do Sul tem o oitavo maior rendimento médio do País.

“A Pnad [Contínua] demonstra claramente que, no momento em que há grande disponibilidade de trabalho e necessidade de movimentação entre empregos, há uma pressão sobre o rendimento médio. Isso tem impulsionado o aumento da massa salarial, o que fortalece o consumo interno e impulsiona toda a cadeia produtiva, beneficiando pequenos negócios e contribuindo para a arrecadação de impostos”, afirma Verruck.

Constantino acredita que a tendência é de índices ainda melhores e que o principal desafio é a capacitação da mão de obra.

“A tendência é de que a gente continue melhorando, o que vai gerar uma melhora do bem-estar social, mas vai gerar também um desafio de capacitar mais pessoas, de melhorar salários e de atrair também pessoas de outros estados para atender a esses empregos dessas novas indústrias e empresas que vêm para atender essas indústrias”, conclui.

Já para Pavão a exigência de larga experiência na hora da contratação é o que dificulta um resultado ainda melhor na taxa de desocupação.

“Para melhorar, ainda falta qualificação, e a exigência de experiência faz com que não se reduza ainda mais o desemprego”.

Para o titular da Semadesc, “com uma taxa de desemprego baixa, crescimento nos rendimentos e um mercado de trabalho relativamente estável, Mato Grosso do Sul segue em um processo de desenvolvimento econômico sólido, consolidando-se como um dos estados com melhores índices de empregabilidade do País”, finaliza Verruck.

NACIONAL
A desocupação do País (6,6%) recuou 1,2 ponto porcentual em relação ao resultado de 2023 (7,8%). A tendência de queda em 2024 foi acompanhada pela maioria (22) das unidades da Federação. 

As maiores taxas foram registradas na Bahia (10,8%), em Pernambuco (10,8%) e no Distrito Federal (9,6%). Já as menores ficaram com Mato Grosso (2,6%), Santa Catarina (2,9%) e Rondônia (3,3%).

Quatorze unidades da Federação atingiram a menor taxa anual de desocupação de sua série histórica na pesquisa: Rio Grande do Norte (8,5%), Amazonas (8,4%), Amapá (8,3%), Alagoas (7,6%), Maranhão (7,1%), Ceará (7,0%), Acre (6,4%), São Paulo (6,2%), Tocantins (5,5%), Minas Gerais (5,0%), Espírito Santo (3,9%), Mato Grosso do Sul (3,9%), Santa Catarina (2,9%) e Mato Grosso (2,6%).

“Os resultados da queda da taxa de desocupação nos estados refletem a diversificação da expansão da ocupação ocorrida em diversas atividades econômicas, como comércio, indústria, transporte e logística e construção, ao longo de 2024”, destaca a coordenadora de Pesquisas por Amostra de Domicílios do IBGE, Adriana Beringuy.

Fonte: Correiodoestado