Polícia pediu mais 6 meses de afastamento de oito vereadores, mas caso será analisado por juiz titular.
Sete vereadores de Maracaju (a 159 km de Campo Grande) vão continuar afastados dos mandatos por pelo menos mais 15 dias. A decisão foi tomada nesta quinta-feira (5) pelo juiz plantonista Juliano Luiz Pereira.
Eles são investigados pelo Dracco (Departamento de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado) por corrupção no âmbito da Operação Dark Money, acusados de receber mensalinho na gestão do prefeito Maurilio Azambuja (MDB) para não investigar atos da prefeitura e para aprovar projetos de interesse do Executivo.
Com a decisão, o atual presidente da Câmara Robert Ziemann (PSDB), Laudo Sorrilha Brunett (PSDB), Ludimar Portela, “Nego do Povo” (MDB), Joaozinho Rocha (MDB), Hélio Albarello (MDB), Antonio João Marçal de Souza, o “Nenê da Vista Alegre” (MDB), e Jefferson Lopes (União Brasil) não poderão reassumir os cargos hoje, sexta-feira (6).
Os sete e o vereador Ilson Portela, (União Brasil), o “Catito”, foram afastados por 30 dias em 7 de dezembro do ano passado. Entretanto, Portela reassumiu o mandato na manhã de terça-feira (3), beneficiado por habeas corpus concedido pelo desembargador Sidenei Soncini Pimentel, do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul.
A reportagem apurou que após analisar documentos e outras provas coletadas durante as buscas do dia 7 de dezembro, o Dracco pediu novo afastamento dos vereadores, dessa vez por 180 dias (seis meses).
Juiz de plantão em Maracaju, Juliano Luiz Pereira entendeu não ser assunto para análise durante plantão judiciário e preferiu deixar a decisão para o juiz titular, que está em recesso.
No entanto, para impedir o retorno imediato dos vereadores, o magistrado prorrogou o afastamento por mais 15 dias. A única exceção foi Ilson Portela, devido ao habeas corpus do TJMS.
Novas provas
O Campo Grande News apurou que assim que o juiz titular retornar ao trabalho, a Justiça deverá analisar o novo pedido de afastamento por seis meses, inclusive em relação a Ilson Portela, o “Catito”. Novas provas do esquema anexadas ao processo podem levar o Poder Judiciário a rever o retorno dele à Câmara.
A decisão de hoje vale também para o suplente de vereador Vergílio da Banca (MDB), que deveria ter assumido após os afastamentos de dezembro. Entretanto, ele também é um dos investigados e ficou impedido de assumir a vaga, atualmente com a segunda suplente, Gracinha Pernambucana.
Adriano da Silva Rodrigues, o “Professor Dada”, e Toton Pradence, que exerciam mandato até 2020, também são alvos da operação acusados de receber mensalinho com dinheiro desviado do cofre público através de uma conta fantasma da prefeitura.
Fonte: Campograndenews