
O Brasil sediou, nos últimos dias, a segunda reunião técnica do Grupo de Trabalho (GT) de Transportes do BRICS, fórum que reúne as principais economias emergentes do mundo. Em um movimento estratégico, o Ministério de Portos e Aeroportos (MPor) catalisou o debate durante os encontros, apresentando aos seus pares propostas inovadoras para erguer uma infraestrutura de transportes que alia sustentabilidade robusta à resiliência operacional, com a mobilidade urbana no centro da agenda. As reuniões focaram em propostas que articulam a sustentabilidade como vetor central para a interligação dos modais como alavanca e a conectividade econômica entre as nações do bloco.
Segundo o ministro de portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, o Brasil tem um compromisso com a sustentabilidade e quer liderar a transformação dos modais de transporte. “Por meio dessas discussões democráticas e saudáveis, temos a oportunidade de construir soluções conjuntas para o futuro da logística mundial, com mais eficiência, menos emissões de poluentes e maior integração entre nossas nações”, declarou.
A presidência temporária brasileira, em 2025, sinaliza uma janela de oportunidade para avanços concretos em políticas de cooperação logística e ambiental no cenário global emergente. Os encontros têm servido como plataforma estratégica para debater soluções conjuntas voltadas à infraestrutura sustentável e à conectividade entre os países-membros.
Na pauta deste encontro estiveram temas diretamente trabalhados pelo Ministério de Portos e Aeroportos, sob orientação do Governo Federal, como os combustíveis sustentáveis para aviação (SAF), a descarbonização dos portos e do transporte marítimo e a criação de uma Aliança Logística do BRICS.
SAF e conectividade aérea
Entre as principais propostas discutidas esteve o plano de uma Declaração Conjunta dos países do BRICS sobre o uso de combustíveis sustentáveis na aviação. O Brasil apresentou os progressos da primeira planta de produção de petróleo sintético voltado ao SAF, lançada em 2024 com apoio do MPor.
Um estudo recém divulgado informou que a aviação civil é responsável por 3% das emissões globais de CO₂, índice que pode ser reduzido, entre outras medidas, com a utilização do SAF (Combustível Sustentável de Aviação) feito a partir de matérias primas renováveis como óleos vegetais e biomassa.
Outro destaque foi a proposta de um acordo multilateral de serviços aéreos (MASA), que busca ampliar a conectividade entre os países do bloco, incentivando novas rotas e a entrada de mais companhias aéreas nos mercados nacionais. Pela proposta, o acordo seria voluntário e por adesão.
Portos verdes e cooperação humanitária
No campo marítimo, o Brasil apresentou as iniciativas realizadas para a descarbonização dos portos, destacando sua atuação na Organização Marítima Internacional (IMO) e a assinatura de memorandos de entendimento com países e instituições como Noruega, Portugal e o Conselho Internacional de Transporte Limpo (ICCT), organização independente fundada para fornecer pesquisas e análises técnicas e científicas imparciais. As ações brasileiras incluem o incentivo ao uso de combustíveis de baixo carbono e o fornecimento de energia limpa diretamente dos portos aos navios.
Também foi debatida a criação de uma Aliança Logística do BRICS, com foco na resposta rápida a desastres naturais. A proposta brasileira prevê a realização de um workshop técnico entre os países para troca de experiências, com o objetivo de consolidar um documento comum sobre logística humanitária.
Rumo à Cúpula do BRICS
As propostas debatidas pelo GT serão levadas à reunião ministerial em maio, em Brasília, e posteriormente à 17ª Cúpula do BRICS, marcada para os dias 6 e 7 de julho, no Rio de Janeiro. Com o tema “Fortalecendo a Cooperação do Sul Global para uma Governança mais Inclusiva e Sustentável”, o encontro reunirá líderes de mais de 20 países para fortalecer o diálogo multilateral e a cooperação em áreas estratégicas.
Assessoria Especial de Comunicação Social
Ministério de Portos e Aeroportos
Fonte: Portos e Aeroportos