Irmãs preparam homenagem à mãe que era doida pelo Roberto Carlos

Elas também sonham abraçar o rei e contar a ele o amor que Maria sentia ao ouvir suas canções

08/08/2019 13h – Campograndenews

Izabel, Ângela, Martha e Ana Claudia cresceram ouvindo a mãe, Maria Angélica do Nascimento Boller, fazer silêncio na casa para ouvir no rádio canções de Roberto Carlos. Na véspera de cada Natal, o silêncio se repetia para que a mãe pudesse se emocionar assistindo seu ídolo na televisão. Apesar do sonho, ela partiu sem nunca ter conseguido ir ao show do rei.

Hoje, dia da apresentação de Roberto Carlos, em Campo Grande, as quatro irmãs vão juntas ao show, para homenagear e cantar, em memória de Maria, cada música do seu cantor preferido.

A preparação começou desde que os sites anunciaram a vinda do cantor para a cidade. Duas das irmãs moram em Ponta Porã e estão a caminho da Capital de ônibus para o evento. Juntas, além de amor, levam no peito a fotografia da mãe estampada em uma camiseta de malha branca e com a frase: “Eternamente sua fã”.

Além de cantar todas as músicas e aplaudir o cantor como a mãe faria, as irmãs levarão ao show a expectativa de abraçar o rei. “Queremos muito conhecê-lo e dizer o quanto a nossa mãe era sua fã. Ela nunca perdeu um especial na televisão, nunca esqueceu uma letra e sempre chorava ao escutar suas canções”, lembra a filha, a agente de saúde Martha Helena do Nascimento Boller Torres, de 50 anos.

O pai das meninas, que sabia do amor da esposa pelo trabalho de Roberto Carlos, era quem a presenteava anualmente com discos. “No começo, ela teve coleção porque meu pai dava. Depois, nós filhos passamos a presenteá-la com coletâneas e CDs. Depois vieram os DVDs e, em todo Natal, o presente que ela queria era um DVD novo”, lembra.

Além de fã, as filhas cresceram ouvindo o desejo de Maria de ir ao show de Roberto, mas depois de perder o marido aos 36 anos, se dedicou exclusivamente a cuidar dos sete filhos e ensiná-los para vida. “Mamãe era professora, trabalhava em três turnos para sustentar os sete filhos, ainda conseguia ter tempo para nos dar muito amor, ensinar valores, respeito e a importância de estudar, tanto para os meninos quanto para as meninas”.

Maria era uma mulher doce, segundo as filhas. Por isso, sabia como ninguém sair de uma crise de cabeça erguida. “Mamãe era muito emotiva com a vida, mas enxergava tudo os olhos do coração. Então, em todas as crises, a gente se abraçava e chorávamos juntas para encontrar uma solução”.

Forte, ela também nunca deu muita importância às insistentes dores no estômago sentida nos últimos anos. “Até que um dia ela veio para Campo Grande e decidimos ir ao médico. Foi diagnosticado um câncer no estômago em estágio avançado”.

Não foi possível muitos tratamentos, o câncer levou Maria. Mas, sua alma compõe a essência dos filhos. “Somos muito parecidos com ela, em vários aspectos, e isso nos deixa muito feliz porque foi o maior legado que ela nos deixou. Hoje, quando estivermos cantando as músicas com Roberto, sei que ela vai estar cantando também, não importa o lugar”, finaliza Matha.

Izabel, Ângela, Martha e Ana Claudia cresceram ouvindo a mãe se emocionar com o rei. (Foto: Arquivo Pessoal)