Principais lideranças da legenda não se entendem sobre pré-candidaturas principalmente em Campo Grande.
As indefinições sobre as eleições municipais em Mato Grosso do Sul “racharam” o PL com as suas principais lideranças batendo cabeça sobre as pré-candidaturas, principalmente em Campo Grande, o maior colégio eleitoral do Estado, mas não muito diferente do que ocorre em Dourados e demais municípios do interior.
Porém, a situação saiu do controle mesmo na Capital, onde, até o momento, o PL ainda não tem uma definição sobre quem será o pré-candidato do partido a prefeito, justamente no município que concentra o maior número de bolsonaristas do Estado.
Do fim do ano passado até agora, já foram elevados à categoria de pré-candidatos a prefeito de Campo Grande com aval do ex-presidente da República Jair Messias Bolsonaro pelo menos cinco nomes, os deputados Marcos Pollon, Coronel David e João Henrique Catan e os ex-deputados Capitão Contar e Rafael Tavares.
Dos cinco, apenas três ainda continuam, teoricamente, no páreo, sendo eles o deputado estadual João Henrique Catan e os ex-deputados estaduais Rafael Tavares e Capitão Contar, sendo que este último ainda não se desfiliou do PRTB para se filiar ao PL, cujo prazo termina no próximo sábado.
Além disso, para terminar de tornar a situação ainda mais complicada, há uma grande possiblidade de o PL fazer aliança com PP para apoiar a reeleição da atual prefeita Adriane Lopes, jogando por terra todas as tratativas do principal partido da direita para ter candidatura própria na Capital.
O resultado de tudo isso é que a legenda em Mato Grosso do Sul está sem um rumo definido, pois, enquanto o presidente estadual, deputado federal Marcos Pollon, e o presidente municipal, o suplente de senador Tenente Portela, defendem uma pré-candidatura própria, tendo à frente Rafael Tavares, uma outra ala acredita ser melhor para a sigla apoiar a reeleição de Adriane Lopes.
Já uma terceira via quer ver João Henrique Catan como pré-candidato, enquanto uma quarta ala atua para que o Capitão Contar, que chegou a ir para o segundo turno na eleição para governador de Mato Grosso do Sul em 2022, quando foi derrotado por Eduardo Riedel (PSDB), seja o pré-candidato, pois o consideram como a melhor opção da direita.
Ainda tem o grupo do Coronel David, que, apesar de ser bolsonarista raiz, não estaria mais aguentando a falta de norte do PL e, em razão disso, estaria considerando seriamente migrar para outro partido da direita, incluindo nessa lista o Republicanos, do deputado estadual Antonio Cruz, o PP, da senadora Tereza Cristina, e até a nova sigla PRD, partido do ex-senador Delcídio do Amaral e que nasceu da fusão do PTB com o Patriota.
O certo é que o fragmentado PL está “rachado” em várias partes e cada uma delas tenta puxar a brasa para a sua sardinha, deixando de lado a unidade partidária e transparecendo os interesses individuais de cada grupo, enfraquecendo a direita justamente na cidade mais bolsonarista do Estado.
EXECUTIVA NACIONAL
Em razão do imbróglio que se tornou a situação do PL na Capital, o Correio do Estado procurou o presidente nacional do partido, Valdemar Costa Neto, e ele confirmou à reportagem que a decisão sobre o partido ter ou não candidatura própria à prefeitura de Campo Grande cabe ao presidente estadual da legenda, deputado federal Marcos Pollon.
“Quem vai resolver Campo Grande é o presidente Pollon”, declarou à reportagem Valdemar Costa Neto, lembrando, no entanto, que o ex-presidente da República Jair Messias Bolsonaro terá direito a veto sobre a questão devido à ligação que tem com o Estado.
Na prática, o presidente nacional do PL transferiu toda a responsabilidade para Marcos Pollon sobre a possibilidade ou não de o partido ter candidatura própria a prefeito da Capital, já que foi comentado que a legenda poderia apoiar à reeleição da prefeita Adriane Lopes.
Procurado pelo Correio do Estado, o presidente estadual do PL confirmou que o partido terá candidatura própria e, por enquanto, os nomes colocados internamente são os do deputado estadual João Henrique Catan e do ex-deputado estadual Rafael Tavares.
Além disso, ainda é possível que o ex-deputado estadual Capitão Contar possa ser um terceiro nome do partido para disputar a prefeitura de Campo Grande, bastando se filiar ao PL dentro do prazo estipulado pela Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Fonte: Correio do Estado