Hormonioterapia é uma opção de tratamento para o câncer de mama, explica oncologista da Unifesp

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Ramon Andrade de Mello aponta ainda a possibilidade de tratamento profilático

Os pacientes com câncer de mama contam com um importante aliado no combate à doença. Nas últimas décadas, a hormonioterapia tornou-se uma importante ferramenta para o tratamento desse tumor. “Os novos medicamentos podem ser indicados para a prevenção. Também há possibilidade no pós-cirurgia e aliado a quimioterapia ou radioterapia”, explica Ramon Andrade de Mello, médico oncologista, professor da disciplina de oncologia clínica da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), da UNINOVE e da Escola de Medicina da Universidade do Algarve (Portugal).

O especialista esclarece que os hormônios podem promover a proliferação descontrolada de células, resultando no aparecimento de células cancerígenas, e que o medicamento atua exatamente para inibir essa multiplicação. “É importante ressaltar que a hormonioterapia é indicada para câncer de mama que tem positividade para receptores hormonais, que representam cerca de 60% dos casos”, orienta Ramon de Mello.

No uso profilático, a terapia hormonal pode reduzir as chances de aparecimento do câncer de mama em pacientes com alto risco genético. A hormonioterapia também contribui para mitigar a possibilidade de retorno do tumor operado. “Quanto mais cedo a paciente puder ser acompanhada pelo especialista, será possível traçar uma estratégia para, inclusive, adotar medidas preventivas”, esclarece o professor da Unifesp.

Ramon de Mello lembra que o tratamento hormonal já era uma opção há muitas décadas, mas consistia apenas na retirada cirúrgica dos órgãos produtores de hormônios: “Hoje, as opções medicamentosas já são amplamente utilizadas para diversos casos. Entre esses remédios, temos o tamoxífeno, inibidores de aromatase, fulvestranto, entre outros”.

Sobre Ramon Andrade de Mello

Oncologista clínico e professor adjunto de Cancerologia Clínica da Escola Paulista de Medicina, Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), Ramon Andrade de Mello tem pós-doutorado em Pesquisa Clínica no Câncer de Pulmão no Royal Marsden NHS Foundation Trust (Inglaterra) e doutorado (PhD) em Oncologia Molecular pela Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (Portugal).

O médico tem título de especialista em Oncologia Clínica, Ministério da Saúde de Portugal e Sociedade Europeia de Oncologia Médica (ESMO). Além disso, Ramon tem título de Fellow of the American College of Physician (EUA) e é membro do Comitê Educacional de Tumores Gastrointestinal (ESMO GI Faculty) da Sociedade Europeia de Oncologia Médica (European Society for Medical Oncology – ESMO), Membro do Conselho Consultivo (Advisory Board Member) da Escola Europeia de Oncologia (European School of Oncology – ESO) e ex-membro do Comitê Educacional de Tumores do Gastrointestinal Alto (mandato 2016-2019) da Sociedade Americana de Oncologia Clínica (American Society of Clinical Oncology – ASCO). 

O oncologista é do corpo clínico do Hospital Israelita Albert Einstein e Hospital 9 de Julho, em São Paulo, SP, e do Centro de Diagnóstico da Unimed (CDU), em Bauru (SP).