Conhecer a história para não repeti-la, quando se revela funesta à humanidade, é dever de cada um!
11/05/2019 07h20 – Divulgação (TP)
A história contemporânea registra invasões territoriais perpetradas por países belicosos contra seus vizinhos frágeis do ponto de vista bélico. Cada uma dessas invasões são geralmente precedidas de alegações encenadas com a finalidade de engambelar a comunidade internacional, objetivando obter alguma simpatia e assim justificar o ato de rapina. Interessante registrar que algumas invasões e anexações contam com maciça concordância dos habitantes da área invadida.
Em 13.03.1938 Adolf Hitler (1889-1945), justificando o desejo de invadir e anexar a Áustria à Alemanha, dizia: ” – Eles falam a mesma língua que nós; são alemães como nós, “die annexion ist ein normaler akt!” Um ato normal! Foi a maior cartada geopolítica da Alemanha em desafio ao Tratado de Versalhes. A invasão e anexação da Áustria à Alemanha, o “Anschluss”, possibilitou a subsequente criação do Terceiro Reich. O ato praticado por Hitler (que era austríaco) foi recebido com delírio pelos austríacos, hipnotizados que estavam pelas promessas do “Füeher” (aquele que conduz). A II Guerra, iniciada em 1939, frustrou os austríacos e arruinou a Áustria! Hitler suicidou-se num buraco (bunker), em 1945, onde se escondia. Sua carcaça foi queimada.
Tivemos, em agosto de 1990, a invasão do Kuwait pelo Iraque sob o comando de Saddam Hussein, aproveitando-se da fragilidade do seu vizinho, para apossar-se do petróleo. O líder do Kuwait, Sheik Jaber Al-Ahmed Al-Sabah, fugiu e pediu asilo na Arábia Saudita. Em janeiro de 1991, as forças de coalizão, lideradas pelos Estados Unidos, lançaram a “Operação Tempestade no Deserto” e jogaram 85.000 toneladas de bombas sobre o Iraque. No mês, seguinte (fevereiro) os iraquianos retiraram-se do Kuwait. A ganância de Saddam custou-lhe 102 bilhões de dólares e a morte de 200.000 soldados. A segunda invasão no Iraque por tropas americanas (Guerra do Golfo), com o objetivo de destruir arsenal de armas químicas, levou Saddan, também encontrado num buraco, à forca!
Temos, agora, a invasão pelos Russos, sob a batuta de Vladimir Putin, em parte do território da Ucrânia, a Criméia. A Criméia é uma península da Ucrânia que separa o Mar Negro do Mar de Azov, cobiçada pelos russos porque dá saída para o Mar Negro. A maioria dos habitantes da Criméia são russos e o ato de rapinagem deixou-os exultantes!
As montanhas da Criméia, na sua parte meridional, dominam uma costa pitoresca, bordejada por estações balneárias, dente elas Yalta, onde se reuniram, em fevereiro de1945, durante a II Guerra Mundial, os presidentes Franklin Delano Roosevelt (1882-1945), dos Estados Unidos; Ossip Vissarionovitch Djugachvili, cognominado “Josef Stalin” (1879-1953), da URSS; e o primeiro ministro Winston Leonard Spencer Churchill (1874-1965), do Reino Unido (Inglaterra). Reunião suscitada pela iminente derrota da Alemanha Nazista que cobrava decisões coletivas para o pós-guerra.
A invasão russa que se consolida na Criméia, que é parte do território Ucraniano, causou espanto à comunidade internacional e foi classificada como grosseira rapinagem, inaceitável sob qualquer aspecto. O esbulho foi comandado por Vladimir Putin, ex-agente da KGB encastelado no governo russo como primeiro ministro, que decidiu e comanda a invasão contra veemente protesto de cem (100) países que votaram condenando a ação russa, (o Brasil, nos braços do PT, absteve-se de votar, aprovando o esbulho). O governo do Brasil envergonhou a Nação brasileira!
A república autônoma da Criméia foi criada em l921 e suprimida em 1954. Povoada predominantemente por russos foi anexada à Ucrânia em 1991. A independência da Ucrânia, que até então fazia parte da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS), reativou as reivindicações separatistas dos habitantes de origem russa, na Criméia, partidários da soberania ou da anexação à Rússia. Em 1992 a Criméia tornou-se república autônoma (?), encravada no seio da Ucrânia.
Essas invasões algumas vezes consolidam-se sob o olhar de organismos internacionais – alguns coniventes e outros impotentes – embora, especialmente, criados para conter esses arroubos bélicos de rapinagem que submetem populações inteiras aos mais vexatórios e degradantes sofrimentos.
Conhecer a história para não repeti-la, quando se revela funesta à humanidade, é dever de cada um!
“Os que não se lembram do passado estão condenados a revivê-lo.” (SANTAYANA)
07.04.2014 (4487)Membro da Academia Douradense de Letras.