Mato Grosso do Sul registrou o primeiro foco da doença em ave de subsistência nesta semana
O Mapa (Ministério da Agricultura e Pecuária) confirmou, na última segunda-feira (18), o primeiro foco de influenza aviária em aves domésticas de subsistência em Mato Grosso do Sul.
O vírus da influenza aviária de alta patogenicidade (IAAP – H5N1) foi detectado em uma propriedade em Bonito.
Esse é o terceiro foco em aves de subsistência registrado no Brasil. Segundo o Mapa, além desses casos, o Brasil registra 102 notificações em aves silvestres, totalizando 105 registros.
No caso de Mato Grosso do Sul, cerca de 70 aves na propriedade de Bonito serão sacrificadas como medida sanitária. De acordo com o diretor-presidente da Iagro-MS (Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal), Daniel Ingold, será feita coleta de amostras de todos esses animais.
“Temos equipes volantes fazendo busca ativa de aves para saber se o vírus se propagou e também fazemos o mesmo, mas com menos intensidade, em área de 7 km da propriedade”, afirmou Daniel Ingold.
Segundo a presidente da Avimasul (Associação dos Avicultores de Mato Grosso do Sul), Kelma Torezan Carrenho, o foco detectado em Bonito não é motivo de preocupação para os produtores e nem para a população por ser em uma região em que não existe granja comercial.
“Quem tem ave doméstica precisa ficar atento, mas não é motivo para pânico para a população. Ela pode continuar comendo a carne normalmente”, ela explica.
Kelma aponta que toda a produção comercial de aves em Mato Grosso do Sul é acompanhada semanalmente por visitas de médicos veterinários que observam itens sanitários, de saúde e nutrição nas granjas.
Mato Grosso do Sul tem atualmente 560 produtores de aves comerciais e 2,1 mil aviários que produzem frango de corte. Dados da Avimasul apontam que foram abatidos 173 milhões de aves em 2022.
Como se proteger da gripe aviária?
Outro ponto reforçado pela presidente da Avimasul, e corroborado pelo Ministério da Agricultura, é que o foco detectado em Bonito em uma galinha doméstica não retira o status brasileiro de livre da influenza aviária perante à OMSA (Organização Mundial de Saúde Animal). Ou seja, isso não impacta na comercialização da proteína de carne para a população.
Contudo, quem cria galinhas em casa deve ficar atento. Não é recomendável que recolham as aves doentes ou mortas. A orientação é que acione o serviço veterinário. No caso de Mato Grosso do Sul, a Iagro disponibiliza o telefone (67) 99961-0265 para a população.
Além disso, a Avimasul passou orientações aos produtores comerciais de aves:
- Tomar banho antes de entrar na granja;
- Troca de roupa;
- Usar calçado específico;
- Impedir entrada de terceiros que não trabalhem na granja;
- Observar se o reservatório de água esteja coberto para evitar contato com aves livres;
- Trabalhadores de granjas evitem ter contato com aves de subsistência e aves silvestres;
- Caso esteja em Bonito, realize um vazio sanitário de 72 horas antes de entrar na granja em que trabalha.
Humanos podem pegar gripe aviária?
O painel sobre Influenza Aviária, mantido pelo Mapa, aponta que Mato Grosso do Sul já realizou 61 investigações e fez 14 coletas de amostras relacionadas à Síndrome Respiratória e Nervosa em Aves, entre 2022 e 2023.
Apesar de raro, não é impossível que seres humanos peguem a doença. Uma das formas de contágio é ter contato com o animal infectado vivo ou morto.
Alimentos como carnes e ovos, quando preparados e cozidos adequadamente, não oferecem risco à saúde humana.
“A população pode ficar tranquila e comprar nossa carne porque estamos 100% livres do contágio do vírus”, reforça a presidente da Avimasul.
FONTE: MÍDIA MAX