O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, reafirmou que a principal prioridade da pasta para o próximo Plano Safra, que entra em vigor em 1º de julho, será a manutenção da subvenção às linhas de crédito do Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural (Pronamp). Segundo o ministro, a intenção é direcionar o máximo possível de recursos do Tesouro Nacional para garantir que os juros do programa permaneçam nos atuais 8% ao ano.
“A ideia é que a gente utilize o máximo de recursos do Tesouro para manter o Pronamp nos níveis atuais, com juros de 8% ao ano. Mas isso exige um aporte muito maior de recursos públicos”, declarou Fávaro a jornalistas, após reunião com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, sobre os detalhes do novo plano.
A ênfase na subvenção do Pronamp ocorre em um contexto de forte restrição orçamentária e elevação da taxa básica de juros (Selic), o que aumenta o custo de equalização para o governo. No Plano Safra vigente até 30 de junho, o governo federal destinou R$ 65 bilhões em financiamentos para o programa voltado aos médios produtores.
Fávaro argumenta que, mesmo com a Selic em 14,25% ao ano, manter a taxa de juros do Pronamp no patamar atual ainda torna a linha atrativa. “Dessa forma, o programa continua sendo bastante interessante para os médios produtores, permitindo inclusive um direcionamento para culturas como arroz, feijão e batata”, explicou.
Em relação aos grandes produtores rurais, o ministro informou que o governo pretende ampliar as linhas de crédito dolarizadas. “Essas linhas não geram custo para o Tesouro e ainda oferecem juros abaixo de 10%, atualmente na faixa de 8,5% ao ano. O produtor assume o risco cambial, mas aqueles com hedge natural estão em posição vantajosa”, destacou Fávaro.
De acordo com ele, essas diretrizes devem nortear a formatação do novo Plano Safra, que poderá ser mais robusto do que o anterior, mesmo com o cenário de juros elevados. O ministro também informou que o Ministério da Agricultura já iniciou tratativas com o Banco do Brasil sobre as linhas dolarizadas e pretende estender o diálogo a outras instituições financeiras.
A proposta em análise pelo governo prevê a ampliação dessas linhas de financiamento atreladas ao dólar como forma de ampliar a oferta de crédito rural. A expectativa é que, a partir do Plano Safra 2025/26, o país amplie a captação de recursos internacionais, oferecendo ao setor agrícola condições mais competitivas para aquisição de máquinas, equipamentos e estruturas de armazenagem. Atualmente, essas linhas são voltadas a investimentos e praticam taxas entre 8% e 9% ao ano para produtores com receita vinculada à exportação.
Fonte: Portal do Agronegócio
Fonte: Portal do Agronegócio