Em entrevista com o pequeno “prodígio do futebol fronteiriço”, Gael Sobreiro Figueredo, 11 anos, filho de Fagner Figueredo da Rosa e Sharon Marques Sobreiro Figueredo. Ele que começou no futebol aos 5 anos de idade depois de ter tentado praticar Jiu-jítsu, mas com um dedo do seu pai Fagner acabou entrando no mundo do futebol. O início de tudo aconteceu em uma escolinha de futsal na Escola Joaquim Murtinho, em Ponta Porã-MS, mas as habilidades que ele guardava com a bola só foram descobertas na escola de Futsal “TITÃS”. Em três treinos, Gael já entrou para o seu primeiro campeonato vestindo a camisa do Titãs e entre nervosismo e choro, entrou em quadra e mostrou de certa forma que aquele era o esporte certo para ele.
Nessa escola, junto dos seus amigos foram campeões invictos até sair do futsal nesse ano de 2024.
Enquanto o jogador Gael crescia, ele começou a dividir seu tempo entre o futsal e o futebol de campo, algo que o encantou. Jogou pela Escolinha do Zico e nesse tempo começaram as peneiras para times grandes. Em sua primeira peneira, com 9 anos de idade passou no Sport Club Internacional, ficou uma semana em avaliação e voltou em monitoramento pelo clube. O seu pai Fagner, companheiro dele, só rasgava elogios ao filho sempre dizendo que o menino era diferente e fora da curva. Nessa viagem ao Internacional, descobriram que o Palmeiras também tinha gostado do menino, sem ao menos ter feito teste.
Seus pais, com um pouco de medo desse mundo, ainda tentaram segurar o filho o máximo que puderam, mas o talento estava ali.
Com 10 anos, Gael foi chamado para jogar pela escola de futebol Pro Gol de Dourados, MS. Gael jogou um final de semana pela escola e vieram mais dois times para teste, o Flamengo e o Azuriz. Os pais mais uma vez seguraram por questão de ele ser muito novo e ainda não tinham segurança de deixar o filho seguir esse caminho. Gael, por ser uma criança confiante na sua escolha sabia que sua paixão pelo futebol aumentava cada vez mais e os pais sem pressão nenhuma o apoiavam em tudo. A mãe mesmo conta que uma vez Gael chegou para ela e disse: “MÃE, EU VOU MORAR EM PARIS E O NEYMAR SERÁ MEU VIZINHO!”. E a única coisa que a mãe pode fazer nesse momento foi concordar e abraçar o sonho do filho.
E, isso tudo só com 10 anos, e o futsal acabou não sendo mais sua prioridade, sua vida era o futebol de campo.
Times de futebol de campo vieram depois da Escolinha do Zico. Passou pelo Renacer, time de Pedro Juan Caballero-PY, onde acabou conquistando o 3º lugar no campeonato juntos dos seus amigos. Agora, em 2024, seu time no campeonato é o Río Parati também de Pedro Juan Caballero-PY, ao comando do técnico Lilo. Com a primeira parte do campeonato saíram campeões invictos, mas a história do Gael ainda tinha muita coisa para acontecer. Junto da Pro Gol, em fevereiro deste ano veio a Rey Cup que conquistou o 2º lugar. Quadrangular no Azuriz, em Campo Erê-SC, onde passou no clube direto. Nessa viagem, com sua mãe a chance estava ali batendo na porta e uma decisão tinha que ser tomada… A mudança de cidade pelo sonho do filho ou novamente esperar o momento de deixá-lo abrir as asas e seguir em frente. Depois de muita conversa, optaram pela mudança de cidade. Foi quando em julho desse ano surgiu o campeonato mundial chamado Ibercup, no estado de São Paulo. De mudança pronta e muita incerteza, Gael disse mais uma vez a sua mãe por meio de um áudio no WhatsApp: “MÃE, EU VOU NA IBERCUP. NOS CLUBES QUE EU TIVER QUE PASSAR, EU VOU PASSAR. EU CONFIO EM MIM!”, e mais uma vez junto da Pro Gol foi atrás de conquistar a chance dele nessa competição. E não é que com fé em Deus e muita certeza, ele conseguiu! Clubes como Corinthians, São Paulo e Flamengo entraram na vida do menino de paraquedas. E, ele estava ali para isso mesmo.
Em, 24 de setembro de 2024, Gael foi contratado pelo São Paulo Futebol Clube e agora faz parte da base de um dos maiores clubes do Brasil, localizado em Cotia-SP.
Desejamos que essa nova fase na vida desse jogador seja de muita alegria e bençãos. Ele e a família, merecem! Ainda vamos ver esse menino brilhar muito.
VAI PRA CIMA, GAEL!
Por Anderson Larroque
Fotos: arquivo da família