Exame de sangue para câncer encontra oito tipos de tumores

20/01/2018 10h40

Teste em estudo detectou cânceres nos ovários, no fígado, no estômago, no pâncreas, no esôfago, no reto, no pulmão e na mama.

Por France Presse

m novo exame de sangue para o câncer se mostrou promissor para detectar oito tipos diferentes de tumores antes de eles se espalharem para outras partes do corpo, oferecendo esperança de detecção precoce, disseram pesquisadores nesta quinta-feira (18).

Mais estudos são necessários antes de que o teste, chamado CancerSEEK, possa se tornar amplamente disponível por um custo projetado de cerca de US$ 500, disse o estudo publicado na revista científica americana Science.

O estudo, liderado por pesquisadores da Universidade Johns Hopkins, envolveu 1.005 pacientes cujos cânceres – já pré-diagnosticados com base em seus sintomas – foram detectados com uma taxa de precisão de cerca de 70% no total.

Os cânceres foram detectados nos ovários, fígado, estômago, pâncreas, esôfago, cólon ou reto, pulmão e mama.

Para cinco desses tipos de câncer – ovário, fígado, estômago, pâncreas e esôfago – não há exames de rastreio disponíveis para pessoas de risco médio.

O exame foi capaz de detectar esses cinco tipos com uma faixa de sensibilidade de 69% a 98%.

Em 83% dos casos, o exame foi capaz de delimitar onde o câncer estava anatomicamente localizado.

O teste é não invasivo e baseado na análise combinada de mutações de DNA em 16 genes de câncer, bem como dos níveis de 10 biomarcadores de proteínas circulantes.

Reação de especialistas: mais estudos são necessários

Especialistas de fora do estudo disseram que é necessário que haja mais pesquisas para descobrir a verdadeira precisão do teste e se este seria capaz de detectar cânceres antes do aparecimento de sintomas.

“Isso parece promissor, mas com várias ressalvas, e uma quantidade significativa de pesquisa adicional é necessária”, disse Mangesh Thorat, vice-diretor da Unidade de Ensaios Clínicos Barts da Universidade Queen Mary de Londres.

Nicholas Turner, professor de oncologia molecular no Institute of Cancer Research, em Londres, apontou que a taxa de falso positivo de 1% do teste pode parecer baixa, mas “poderia ser uma preocupação significativa para o rastreamento da população. Poderia haver muitas pessoas que são informadas que têm câncer que talvez não tenham”.

No entanto, Turner descreveu o artigo como “um passo ao longo do caminho para um possível exame de sangue para detectar câncer, e os dados apresentados são convincentes a partir de uma perspectiva técnica sobre o exame de sangue”.

Muitos outros esforços estão em andamento para desenvolver exames de sangue para o câncer.

“Eu não acho que esse novo teste realmente tenha movido o campo da detecção precoce muito para a frente”, disse Paul Pharoah, professor de epidemiologia do câncer na Universidade de Cambridge.

“Continua sendo uma tecnologia promissora, mas que ainda deve ser comprovada”.

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