Mais de 9.600 profissionais da educação foram indicados para a formação que visa apoiar técnica e pedagogicamente a transformação digital nas escolas de educação básica do país. Mais de 85% das secretarias municipais de educação se mobilizaram para indicar gestores ou técnicos com diploma de nível superior para serem pontos focais da assessoria técnica. Essa assessoria tem início a partir da especialização, mas também envolve outras ações de apoio e tutoria. Oferecida pelo Ministério da Educação (MEC) e coordenada pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), a aula inaugural do curso de especialização em Educação Digital e Inovação Pedagógica na Educação Básica foi realizada na quarta-feira, 9 de abril, com transmissão pelo canal do MEC no YouTube.
A diretora de Apoio à Gestão Educacional da Secretaria de Educação Básica (SEB) do MEC, Anita Stefani, deu boas-vindas aos presentes na abertura do curso, com um convite ao engajamento. Além disso, contextualizou as ações do Governo Federal no âmbito das políticas públicas direcionadas ao acesso da população brasileira a recursos, ferramentas e práticas digitais; e à garantia da conectividade para fins pedagógicos nas escolas públicas de educação básica do país. Entre elas, estão a Política Nacional de Educação Digital e a Estratégia Nacional de Escolas Conectadas (Enec).
“A gente pede muito engajamento, para que façam essa especialização com muito compromisso. É um curso com alto grau de qualidade, com um propósito muito prático. Mais do que um conhecimento teórico e conceitual que vão receber, é uma ferramenta de trabalho para que vocês possam aplicar esse conhecimento para fazer a transformação digital da nossa educação, utilizando a tecnologia de uma maneira saudável, propositiva e para o desenvolvimento das competências digitais dos nossos estudantes”, pediu Stefani.
A diretora também lembrou que as redes de ensino no Brasil precisam promover a educação digital e midiática por meio de ações integradas. “Criamos a estratégia e cabe a vocês, com nosso apoio, fazer a adaptação curricular para incluir as novas competências digitais no currículo”, orientou Anita Stefani. “Essa especialização que está sendo inaugurada vai formar pessoas para atuar de maneira estratégica nas equipes técnicas das redes municipais. Vamos passar tanto por questões de infraestrutura, conectividade e recursos digitais educacionais quanto por aspectos de currículo e formação docente“, esclareceu.
Anita Stefani ainda informou que o curso se conecta com a recente Resolução do Conselho Nacional de Educação (CNE), de 21 de março de 2025, que “institui as Diretrizes Operacionais Nacionais sobre o uso de dispositivos digitais em espaços escolares e integração curricular de educação digital e midiática”. O documento estabelece que o ano de 2025 será dedicado para a elaboração dos novos currículos e planos de formação docente; e o ano de 2026 deve ser usado na efetiva implementação das políticas de uso dos dispositivos digitais. “Essa formação está inserida nesse contexto. Pela Resolução do CNE, este é o período que todas as redes de educação básica terão para se organizar nessa elaboração”, indicou Stefani. A diretora lembrou que a implementação curricular, seja ela transversal ou específica, deve ocorrer da educação infantil ao ensino médio, respeitadas as peculiaridades de cada etapa da educação.
Parceria – A reitora da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), Camila Ítavo, agradeceu a parceria na formação e convidou os alunos a se apropriarem da oportunidade. “Aproveitem cada momento desse curso maravilhoso, preparado com muito rigor científico, cuidado e técnica para que a gente pudesse aprimorar a nossa metodologia, o nosso fazer docente para o uso pedagógico adequado da tecnologia em sala de aula”, disse. Ítavo reforçou a parceria com o MEC nessa empreitada. “As universidades são parceiras estratégicas do Governo Federal para que a gente realize a transformação social por meio da educação. É uma grande honra estarmos aqui juntos e juntas nesse momento“, disse.
Professora da Faculdade de Educação da UFMS, a coordenadora-geral do curso de especialização, Daiani Riedner, posicionou a aula inaugural como “um dia histórico para a UFMS”, fruto de um trabalho de parceria com o MEC. Riedner informou que o curso tem um projeto pedagógico alinhado à Política Nacional de Educação Digital (Pned) e tem como objetivo principal proporcionar conhecimentos fundamentais sobre educação digital, incluindo temas voltados para a implementação do currículo de educação digital, inteligência artificial, saberes digitais docentes, conectividade e recursos educacionais digitais.
A especialização é oferecida na modalidade de educação a distância (EaD), mas com a previsão de momentos síncronos de tutoria e de desenvolvimento de atividades práticas. Serão oito disciplinas, ministradas em 360 horas, com material didático interativo. O público-alvo são servidores públicos, com diploma de nível superior, que atuam como gestores e/ou técnicos das secretarias municipais de educação, já indicados pelas secretarias de educação. O trabalho final a ser desenvolvido será um plano de educação digital e inovação pedagógica para sua rede.
É importante mencionar que, além da UFMS, localizada na região Centro-Oeste, a especialização conta com assessorias locais em todas as regiões do país, oferecidas pelas seguintes instituições: Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), na região Sul; Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), na região Sudeste; Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), na região Nordeste; e Universidade Federal do Pará (UFPA), na região Norte.
“A construção colaborativa desse projeto foi um desenho pedagógico muito bonito, inovador e inédito. Eu trabalho com formação continuada há anos e a gente nunca tinha tido a oportunidade de juntar esforços de cinco universidades para desenhar um projeto pedagógico alinhado a uma política nacional de educação estratégica para o nosso país. E esse projeto só foi possível em função dessas parcerias”, finalizou Riedner. Representantes das coordenações regionais do curso também marcaram presença na aula inaugural. Estiveram presentes os professores Daniel Mill (UFSCar), Simone Bilessimo (UFSC), Rozelma França (UFRPE) e Fabíola Araújo (UFPA).
Escolas Conectadas – A Estratégia Nacional de Escolas Conectadas (Enec), iniciativa do MEC, promove a educação digital como pilar para a transformação das escolas públicas, garantindo acesso e uso pedagógico e seguro da tecnologia. Estruturada em seis eixos interligados, a Enec articula políticas públicas para universalizar a conectividade com qualidade e garantir o uso intencional das tecnologias. Na dimensão pedagógica, além das ações mencionadas, a Estratégia busca fortalecer o uso da tecnologia de forma consciente e segura a partir de diversas ações.
Entre elas, está o lançamento de um Referencial de Saberes Digitais Docentes, com ferramenta de diagnóstico (mais de 73 mil respostas); assessoria técnica às redes estaduais e municipais para a implementação curricular de educação digital e midiática e o planejamento da formação docente; ciclo de seminários e oficinas, promovendo a educação digital; materiais de apoio e guias que orientam sobre o uso equilibrado das tecnologias; criação de mil laboratórios maker, com investimento de R$ 100 milhões, para estimular o letramento digital e a aprendizagem ativa; e edital para novos cursos no Ambiente Virtual de Aprendizagem do Ministério da Educação (Avamec), aprovando 61 cursos e beneficiando mais de 100 mil professores.
Essas ações impulsionam a inovação pedagógica, fortalecem a formação docente e promovem a equidade no letramento digital da comunidade escolar.
Assessoria de Comunicação Social do MEC, com informações da SEB
Fonte: Ministério da Educação