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sábado, 21 de setembro, 2024
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Douradina: Americano do lado dos indígenas alega ter levado pauladas de fazendeiros

Estudante diz que foi cercado e agredido por produtores enquanto buscava lenha para indígenas

Um estudante americano de doutorado alega que foi agredido a pauladas por fazendeiros enquanto buscava lenha em uma das propriedades ocupadas por indígenas em Douradina.

August Shipman, é estudante da Universidade de Connecticut e tem parte da sua pesquisa voltada à cultura guarani-kaiowá, etnia dos indígenas que disputam a terra com produtores rurais na região.

Uma estudante, que estuda com August e preferiu não se identificar, conta que as agressões teriam acontecido enquanto ele aguardava o carro voltar de uma das viagens para levar lenha até onde os indígenas estavam reunidos.

” A gente estava ajudando três indígenas a buscar lenha aqui perto, e como não cabia tudo dentro do carro a gente estava fazendo várias viagens. Enquanto isso a gente estava esperando na beira da estrada, foi quando algumas pessoas apareceram, a gente a acredita que sejam fazendeiros, e pegaram um pedaço de pau nosso e bateram nas costas dele”, explica

Segundo os colegas que acompanham o estudante, ele irá atá a delegacia de Douradina registrar boletim de ocorrência.

Tensão na região – Indígenas guarani-kaiowá que ocupam áreas agricultáveis no município de Douradina prometem resistir à iminente tentativa de despejo e dizem que não vão sair das cinco áreas ocupadas há duas semanas.

Vigiada por produtores rurais, que também acamparam perto do local para barrar novas ocupações, a comunidade luta pela demarcação de 12,1 mil hectares em volta da Aldeia Panambi Lagoa Bonita, a 8 km do centro de Douradina e a 47 km de Dourados.

Nesta segunda-feira (29), a comunidade recebeu representantes de dezenas de entidades e movimentos sociais, que foram até o local de conflito para declarar apoio à luta pela retomada da terra.

Despejo – Na semana passada, o juiz federal Rubens Petrucci Junior deu prazo de cinco dias para os indígenas deixarem uma das propriedades ocupadas no dia 14. Na decisão, assinada no dia 23, o magistrado federal mandou requisitar do governador Eduardo Riedel a mobilização de efetivo da Polícia Militar para, com auxílio da Polícia Federal, garantir o despejo em caso de descumprimento da ordem por parte da comunidade indígena.

A reintegração de posse foi solicitada pelas proprietárias do Sítio “José Dias Lima”, de 147,7 hectares, localizado a poucos metros da MS-470, que liga Douradina ao município de Itaporã.

A propriedade está incluída na área identificada pela Funai em 2011 como parte da Aldeia Panambi Lagoa Rica, mas o processo de demarcação está parado na Justiça, fato, que segundo o juiz federal, não justifica o esbulho possessório. Segundo lideranças indígenas, a comunidade ainda não recebeu a intimação da Justiça.

Fonte: Campograndenews