Dia mundial da felicidade: É possível ser feliz o tempo todo?

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É possível ser feliz o tempo todo?

Dia Mundial da Felicidade, comemorado neste 20 de março foi instituído pela Organização das Nações Unidas (ONU), em junho de 2012. Conhecido no mundo todo como International Day of Happiness, a data representa alegria entre os povos e busca evitar conflitos, guerras sociais ou qualquer tipo de comportamento que coloque em risco a paz e o bem-estar das pessoas.

Segundo Cristiane Duez Verzaro dos Santos, psicóloga do Núcleo de Apoio Psicológico e Psicopedagógico da Faculdade Santa Marcelina, a felicidade é um estado emocional constituído por sentimentos de satisfação, contentamento, realização e plenitude. “Uma pessoa que experiencia momentos de alegria, prazer, gratidão, emoções positivas, pode ser considerada feliz. A felicidade é um estado interno em que conseguimos acessar um bem-estar maior, independente de situações que vivemos”, disse.

A psicóloga explica que ninguém é feliz o tempo todo, porém uma pessoa feliz pode conseguir ressignificar momentos tristes e negativos de uma maneira mais serena. “A felicidade é um momento de satisfação, onde o indivíduo se sente feliz e realizado. A pessoa feliz apresenta empatia, riso fácil, resiliência, bom-humor, compreensão, valorização dos relacionamentos, autoconhecimento, habilidade em resolver conflitos, otimismo e fé”, explica Cristiane.

Segundo a especialista, uma forma de se manter feliz é fazer terapia para conhecer seus limites e suas potencialidades. “Seja gentil com você, perdoe-se, crie um ambiente acolhedor, pratique atividade física, tenha empatia e exercite a compaixão”, recomenda.

Por que é difícil ser feliz? “Vivemos em sociedade e por conta disso não é possível ficarmos alheios aos acontecimentos ao nosso redor. O sofrimento do “outro” afeta nossa plenitude, pois somos incapazes de acabar com a dor alheia. Apesar de todos os lembretes que nos imploram para viver e aproveitar ao máximo cada momento, muitas vezes é difícil fazer isso, pois estamos lutando pela nossa própria sobrevivência, o que acaba trazendo, em alguns momentos, sentimentos de egoísmo e angústia”, analisa Cristiane.

O que é sinônimo de felicidade?

Para a psicóloga, é conseguir manter-se bem e saudável mentalmente apesar das adversidades da vida. “Perceber-se e aceitar-se como ser limitante e incapaz para resolver tudo ao seu redor. Entender que devemos fazer o nosso melhor, sem perder a resiliência e o otimismo.”

Para a gestora de carreira e neurocientista Andrea Deis, o ser humano tem uma tendência a cometer alguns equívocos sobre felicidade e associá-la a ter coisas e não a ser feliz. Muitas vezes deixa de viver as pequenas alegrias do dia a dia. “O problema é que quanto mais se quer ter coisas e abastecer a felicidade, com o que chamamos de motivadores momentâneos, mais você vai querer suprir com outra coisa”, diz a especialista.

Para Andrea Deis, o ser humano é desenvolvido por duas virtudes: pensamento e caráter, e muito do que se atribui a ser feliz é congnitivo, é a forma como se constrói o pensamento. Ela explica ainda que em alguns países existe o chamado índice que mede a Felicidade Interna Bruta (FIB), e acrescenta: “Esse indicador surgiu para medir o número de entusiasmo e de motivação que as pessoas tinham”.

Segundo Renata Fornari, especialista em auto conhecimento, Louise Hay dizia que “A verdadeira felicidade decorre de ser você mesmo”. “Partindo desse conceito, é muito importante dar atenção ao autoconhecimento. Quanto mais você se conhece, mais você demonstra sua essência e chega mais perto da felicidade. Agir como outras pessoas gostariam pode trazer, no máximo, uma euforia positiva passageira”, ensina.

Nossos pensamentos, diz Renata, têm a capacidade de criar e modificar a nossa realidade, por isso a importância do autoamor, como você vai viver uma realidade de plena felicidade sem se amar verdadeiramente?

“Depois que formos embora dessa vida, nada material será levado. O que permanece é a forma como nós amamos e demonstramos esse amor, tanto pelas pessoas ao nosso redor, quanto por nós mesmos. Devemos demonstrar nosso amor por nós, assim como realizamos com nossos parceiros, filhos, pais e amigos, porque a pessoa mais importante da sua vida é você mesmo”, explica Renata.

Quando sentimos um amor profundo e sincero por quem nós somos, a nossa vida caminha de maneira mais fluida. Através do autoconhecimento e autoamor, adquirimos a capacidade de gerenciar nossas emoções, positivas ou negativas, chegando cada vez mais perto da paz interior, que, para mim, é a verdadeira felicidade.

Para Alexander Bez, psicólogo especialista em relacionamentos, a felicidade é sempre um sentimento que as pessoas estão em busca, mas esse sentimento é permeado por uma subjetividade muito complexa.

“A felicidade às vezes pode ser ligada na busca por perfeição. É essencial entender que ninguém é perfeito e tentar chegar nesse estado não nos levará ao caminho da felicidade. É importante avaliar como a nossa relação com nós mesmos está. Quanto melhor nos conhecermos, mais teremos a percepção do que nos faz sentir esse sentimento tão bom”, analisa.

Segundo Bez, ter uma autoestima elevada e, mesmo assim, saber lidar com as frustrações pessoais é um dos passos mais importantes para alcançar a felicidade. O fortalecimento do amor próprio conduz a pessoa para um maior entendimento de felicidade.

“Para muitas pessoas a felicidade é um estado de espírito, onde as sensações de bem-estar mesclam-se com o otimismo e a positividade. É importante dizer que muitos fatores podem contribuir para a infelicidade, por exemplo problemas psicológicos, burnout, término de relacionamentos, questões financeiras, entre outras. O importante é entender essas questões externas e internas e, cada vez mais, ter autoconhecimento”, explica o terapeuta.

Providencie ações para que o elemento felicidade seja contínuo e prolongado em sua vida, não apenas um efeito efêmero, recomenda Bez.

Um case de felicidade

Mari Toson venceu a morte três vezes e hoje é inspiração
Divulgação

Mari Toson venceu a morte três vezes e hoje é inspiração

A história de Mari Toson é emocionante e inspiradora. Não é sobre religião e autoajuda, mas uma experiência verdadeira de inteligência emocional e espiritualidade, que fez com que Marília vencesse a morte três vezes nos últimos 25 anos de luta. Em meio a essa vivência, em 2019, Mari teve um chamado para mudar seu dia a dia e iniciar um novo propósito de vida: inspirar pessoas e levar positividade, força e gestão emocional por meio de palestras e mentorias para empresas, como Santander (RS). Desde então, Mari é sucesso com bate-papos no Rio Grande do Sul (estado de origem da profissional), São Paulo e até para o público internacional, como Flórida (EUA). A história de vida também se tornou livro em 2020 e “Meu Amigo Câncer” já ajudou milhares de pessoas.

Mari Toson nasceu em Porto Alegre (RS) e aos 19 anos foi diagnosticada com leucemia, tendo apenas 20% de chances de sobreviver. Apesar do choque com a notícia, sua fé não a deixou desistir: “Eu fui para o hospital achando que voltaria no dia seguinte e voltei 45 dias depois de uma luta contra o câncer (…) quando eu digo que estive três vezes de frente com a morte, essa foi a primeira”, conta a mentora.

Em suas palestras, Mari relata suas experiências e explica também sobre a importância da espiritualidade, pois o que a salvou da doença foi um milagre, logo após sua família realizar uma corrente de oração: “O médico viu meu exame no dia seguinte e disse que não existiam mais células cancerígenas no meu corpo. Eu estava segurando meu terço, ele olhou para a minha mão e disse ‘talvez isso aqui explique’”, relata Mari.

Após a luta contra o câncer e quatro sessões de quimioterapia, Mari também desenvolveu uma doença nos ossos (Osteonecrose), que causou uma dor muito forte e movimentos limitados no quadril, levando-a a utilizar uma prótese no local. A palestrante sempre leva tudo com muita positividade e inspiração, esse é um ponto forte que ela afirma ter: “Meu corpo já não aguentava mais, o único lugar que ainda estava saudável em mim era minha mente”.

O terceiro momento em que Mari esteve de frente com a morte foi na luta para ser mãe. Antes de ter seus filhos Maria e Benício, ela perdeu dois bebês. Após a luta contra a leucemia, apareceram dificuldades de fertilização, mas Mari não desistiu em nenhum momento e continuou com o tratamento médico para realizar seu sonho. Infelizmente, após o nascimento de seu segundo filho, Mari teve uma hemorragia e ficou internada na UTI por três dias em estado vegetativo correndo mais uma vez risco de vida, além de ter seus ovários retirados. Ao entender a necessidade de manter todos próximos, Mari abdicou do seu trabalho e empreendedorismo para estar o mais próximo possível de seus filhos nesse período. “Eu sou mãe de 4 filhos e digo que tenho 2 deles aqui comigo”, diz a palestrante.

Desde 2019, Mari se especializa na área de mentorias e palestras com foco na espiritualidade, gestão e inteligência emocional. Seu grande objetivo é contar sua história para ensinar as pessoas a lidarem da melhor forma com a vida e seus obstáculos, sejam questões de saúde, familiares, do meio profissional e outras. A palestrante já realizou milhares de palestras no Brasil e internacionalmente também, já tendo passado pelo Canadá e pela Flórida.

Para o futuro, Mari Toson já tem encaminhado o lançamento de um programa na televisão sobre espiritualidade, assunto que domina, e lançará a terceira edição de seu livro “Meu Amigo Câncer” em abril de 2024. Além disso, iniciou a escrita de seu segundo livro “Jogue Luz Naquilo que Pode te Levar a Diante”. Em paralelo com os livros, ela criou o “Manifesto Jogue Luz”, movimento que pretende expandir com o objetivo de levar essa esperança para aquelas que passam por alguma dificuldade.

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Fonte: Mulher