19/02/2018 05h40
Dedo mindinho, a primeira lição por Waldir Guerra
A reforma da previdência deverá ser feita pelo novo Congresso que será empossado junto com o novo Presidente da República.
Divulgação (TP)
O Carnaval acabou – pelo menos aqui, não sei na Bahia – e como dizemos nós brasileiros que o ano começa a partir de hoje deveria, então, comentar sobre assuntos do atual momento político, ou econômico, sei lá; mas me perdoe caro leitor, não estou com disposição pra isso e explico:
Nesse momento político comentar o quê, além daquilo que você já sabe? Que o atual presidente é um pato manco? Nos Estados Unidos, o termo ‘lame duck’, ou ‘pato manco’, é usado para designar o mandatário que permanece no cargo por direito, mas, na prática, já não tem nenhuma influência no cenário político.
Mas isso você já sabe. Ou, então, comentar sobre a Reforma da Previdência que até os “Fora Temer” sabem da necessidade de ser aprovada para recuperar as contas públicas do país e dos próprios Estados, mas preferem o “quanto pior, melhor” – pra eles, claro.
Você sabe que já fiz aqui mesmo neste espaço apelos pela aprovação da Reforma da Previdência, mas hoje penso que essa reforma deverá ser feita pelo novo Congresso que será empossado junto com o novo Presidente da República. Sim, porque essa Reforma precisa ser bem mais ampla daquela que este governo “pato manco” iria conseguir aprovar.
Agora, então, com a intervenção no Rio de Janeiro me parece que a discussão da Reforma da Previdência foi pro brejo mesmo – fico pensando se essa intervenção não foi coisa do Marun.
E da economia comentar o quê, se nada mais se pode fazer neste ano de 2018? O governo não tem caixa nem para cobrir suas despesas obrigatórias. Alem disso, ainda teremos a Copa do Mundo daqui a poucos meses e logo depois as eleições. E assim ficamos aqui, você, eu, mais a torcida da Seleção Brasileira, todos angustiados esperando que surja um salvador da Pátria para votarmos nele; e esse cujo não aparece.
Todavia, para compensar essa minha indisposição com as coisas públicas, a publicação de meu último artigo, onde reproduzi um bom ensinamento recebido de meu pai, me rendeu vários bons comentários que me deixaram feliz. Até um velho amigo disse que sempre lia meus artigos, mas por ter gostado muito desse último decidiu me contatar (gostei do seu gesto).
Outro amigo, bom empreendedor, também gostou e disse que iria usar esse ensinamento, com suas cinco lições de vida, como motivação em suas palestras. Gostei disso e apesar de saber que meu próprio pai deve tê-lo recebido de mais alguém, assim mesmo, me senti elogiado porque veio de um bom empreendedor.
Durante minha vida sempre considerei meu pai um bom empreendedor. Até me atrevi a homenageá-lo lembrando seus feitos num comentário que anexei em meu terceiro livro. (Pensando bem: Mande-me seu endereço que lhe enviarei um exemplar, com muita satisfação – ali embaixo está meu e-mail).
Dois outros leitores questionaram a pouca importância dada ao dinheiro (o dedo mindinho). Nisso continuo discordando deles, pois tenho um hábito de dizer aos jovens, quando recém formados, que de ali em diante não se preocupem tanto em ganhar dinheiro, mas se dediquem com empenho a aprimorar seu trabalho que o dinheiro vem por si. Dinheiro é importante, sim, mas não pode ser o objetivo principal.
Nem mesmo para os corruptos da Lava Jato o dinheiro foi o objeto principal. Ele era roubado dos recursos públicos para que grupos políticos conquistassem o poder e depois roubavam ainda mais com vista em se perpetuarem no poder.
Hoje comentei sobre o dedo mindinho, uma das cinco lições de vida recebidas do pai. Ainda voltarei para comentar acerca das outras lições de vida daqui a quinze dias.
- Membro da Academia Douradense de Letras; foi vereador, secretário do Estado e deputado federal ([email protected])