Corumbá, a cidade branca, completa 244 anos

O município abriga uma arquitetura única e muita história

A capital do Pantanal comemora hoje 244 anos.

Com nome de origem tupi-guarani – Curupah – significa “lugar distante”, também é conhecida como cidade branca, devido à cor clara de seu solo, rico em calcário.

Corumbá abriga uma arquitetura única e muita história.  

O então governador da capitania do Mato Grosso, Luís de Albuquerque Mello determinou no século 16 uma ocupação estratégica do rio Paraguai.

O objetivo da ocupação era impedir os avanços dos espanhóis pela fronteira brasileira.

De acordo com as pesquisas da historiadora, Elaine Cancian, em 21 de setembro de 1778, os responsáveis, João Leme do Prado e Marcelino Rodrigues Camponês, junto aos soldados e demais auxiliares, realizaram o ato de fundação do povoado denominado Nossa Senhora da Conceição de Albuquerque.

Com o passar dos anos foi se consolidando como o principal ponto comercial da região.  

Transformações  

Em 1856 foi estabelecido o Tratado de Amizade, Comércio e Navegação que culminou na abertura do rio Paraguai. Cancian evidencia que o porto geral de Corumbá, foi palco de intensas movimentações, com a comercialização de mercadorias e atividades alfandegárias.

O município passou a receber navios nacionais e estrangeiros e se transformou em porta de entrada para o Mato Grosso.

Devido a uma resolução de 1862, decretada pelo presidente da província de Mato Grosso, Herculano Ferreira Penna, o povoado foi elevado a Vila de Corumbá.

Com toda a importância do comércio fluvial, a quantidade de estrangeiros era alta, entre alemães, argentinos, bolivianos, franceses, portugueses, entre outros.  

Durante a Guerra da Tríplice Aliança (1864 a 1870), a localização foi palco de uma das principais batalhas do conflito, sendo ocupada por tropas de Solano López.  

A população foi totalmente afetada pelos acontecimentos, além do saqueamento das casas e comércio, houve ataque às mulheres e crianças.

Com a expulsão dos paraguaios em 1867, a cidade começou a ser reconstruída.  

Na mesma época, com o incentivo imperial para as atividades comerciais, se tornou um atrativo e impulsionou o desenvolvimento local e também foram restabelecidas suas fortificações.

Como resultado, Corumbá foi o terceiro maior porto da América Latina até 1930.

Até a década de 1950, os rios Paraguai, Paraná e Prata eram os únicos meios de integração da região.  

Por isso, a cidade vivia sob a influência dos países da Bacia do Prata, dos quais herdou grande parte dos seus costumes, hábitos e linguagem.  

Isso ocorreu naturalmente devido à sua localização fronteiriça e ao isolamento físico que sofria na época.

A chegada da Estrada de Ferro Noroeste do Brasil (NOB) no início do século XX, deslocou o eixo comercial do sul do Estado, então Mato Grosso, para Campo Grande.  

Os grandes comerciantes locais mudaram-se para outras cidades e Corumbá passou a priorizar comercialmente a exploração mineral e as atividades rurais, como a agropecuária.

A cidade iniciou atividades industriais na década de 1940, com a exploração das reservas de calcário e de outros minérios.  

No fim dos anos 1970, o turismo passou a ser explorado, revelando nova infraestrutura e viabilizando a restauração das construções históricas.  

Com o Pantanal ocupando 60% de seu território, Corumbá passou a ser chamada de Capital do Pantanal, constituindo-se o principal portal para o santuário ecológico.

Comemoração

Além da programação semanal, o aniversário será comemorado nesta quarta-feira (21), com uma missa solene, desfile cívico militar e show da dupla sertaneja Edson e Hudson. 

FONTE CORREIO DO ESTADO