O Relatório da Situação Global da OMS sobre segurança no trânsito de 2018
28/12/2018 11h50 – Portal do Trânsito
Relatório divulgado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) mostra o aumento contínuo das mortes no trânsito.
Pelos dados do relatório, mais de 1,35 milhão de pessoas perdem a vida todos os anos em decorrência de acidentes de trânsito.
O Relatório da Situação Global da OMS sobre segurança no trânsito de 2018 destaca que as lesões causadas pelo trânsito são hoje a principal causa de morte de crianças e jovens entre 5 e 29 anos.
O documento inclui informações sobre o aumento no número total de mortes e diz que as taxas de mortalidade da população mundial se estabilizaram nos últimos anos.
Ainda conforme os dados, os pedestres e ciclistas são responsáveis por 26% de todas as mortes no trânsito, enquanto os motociclistas e passageiros por 28%.
Apenas 40 países, representando 1 bilhão de pessoas, implementaram pelo menos 7 ou todos os 8 padrões de segurança de veículos das Nações Unidas.
Para reverter essa tendência, a organização sugere que autoridades reduzam o limite de velocidade nas cidades para 50km/h.
Além disso, a OMS, que estuda soluções para o trânsito desde a década de 70, recomenda a implementação de legislações e políticas públicas nos cinco principais fatores de risco, responsáveis por mortes e lesões no trânsito e que devem ser priorizadas: uso do capacete, a não associação de bebida alcoólica e direção, uso do cinto de segurança e o uso de cadeirinhas.
Limite de velocidade
Com o aumento da velocidade média nas vias urbanas, há também um aumento na probabilidade de acidentes e na gravidade de suas consequências, em especial para os pedestres, ciclistas e motociclistas, disse a organização.
Para o especialista em trânsito e diretor da Tecnodata Educacional, Celso Alves Mariano, a medida é favorável à coletividade.
“Quanto menor a velocidade de deslocamento, mais se demora para chegar ao destino, é claro. Então pensar em reduzir os limites de velocidade torna-se um pesadelo para quem dirige.
Mas vivemos em cidades, dividindo espaços com várias outras pessoas que também têm pressa.
Nessa condição, o limite de velocidade poderia ser bem mais alto do que é. Mas com outros veículos circulando – e quanto mais veículos houver – menor será a velocidade possível de ser desenvolvida sem que comecem a acontecer acidentes ou congestionamentos. Por isso não há como melhorar o trânsito sem pensar no coletivo”, diz.
Mais de 90 países já fixam 50 km/h como limite em seus centros urbanos. Outras 36 nações preveem 60 km/h.
Segundo o Código de Trânsito Brasileiro, a velocidade máxima prevista para vias urbanas é 80 km/h. Órgãos locais de trânsito com jurisdição sobre as vias, contudo, podem regulamentar limites superiores ou inferiores.
Estudos mostram que a partir de 80 km/h é praticamente impossível para um pedestre sobreviver a um acidente. A uma velocidade de 30km/h, o risco de morte do pedestre é reduzido para 10%.