Por José Luiz Tejon Megido, mestre em Educação Arte e História da Cultura pelo Mackenzie, doutor em Educação pela UDE/Uruguai e membro do Conselho Científico Agro Sustentável (CCAS)
29/10/2019 19h – DN
Nossa gigantesca preocupação com o agronegócio hoje está totalmente conectada ao crescimento do PIB do país, e ao nosso futuro.
Perdemos-nos em meandros, em discussões de meios sem uma clarificação de horizontes, de objetivos e de uma análise crítica sobre priorização do que deve ser feito com um super objetivo. Quanto podemos crescer no agribusiness global com reflexos diretos no crescimento do PIB do Brasil? E isso então gerando o que passa a ser sagrado para o povo brasileiro, empregos, negócios, empreendedorismo, cooperativismo, distribuição de renda e enfrentamento da guerra deste século, a desigualdade entre ricos e pobres.
O tamanho do agro brasileiro é de cerca de 500 bilhões de dólares ao ano, aproximadamente dois trilhões de reais, e precisamos crescer o PIB ao mínimo de 4% ao ano. E, para isso, temos na base da massa potencial econômica do agronegócio a principal e mais sólida fonte de riqueza para isso.
Não faremos só com volume de commodities, precisaremos de qualidade e de agregação de valor agroindustrial, além de desenvolver dezenas de cadeias produtivas que seguem amarradas e atadas por falta de estruturas que viabilizem acesso aos mercados como uma ferrovia parada passando por Janaúba , Jaíba, rumo aos portos do Nordeste, que continua como sonho dos líderes da Abanorte, Associação dos Fruticultores do Norte de Minas.
Mas para vender mais e melhor precisamos entender e estudar as percepções sobre nossa marca Brasil e nossos produtos nos mercados consumidores.
Nesta segunda feira, no PENSA-FIA, Fundação Instituto de Administração da USP, iniciaremos uma série de seminários com o título: Comunicação, decifra- me ou te devoro. A partir das 18h30.e um estudo especial sobre as percepções de stakeholders chineses será apresentado.
Foram mais de 24 mil indivíduos pesquisados em cinco distritos chineses mais populosos por meio das redes sociais. O foco da pesquisa foi na proteína animal. Restaurantes, o varejo chinês, autoridades políticas e econômicas, traders e a mídia da China.
Temos uma percepção confiável junto aos traders, e até uma admiração por termos superado e vencido geografias distantes. Porém não nos diferenciamos por qualidade, inovação e valor. Quanto mais nos aproximamos das pontas finais do consumo, não obtemos diferenciações qualitativas ou inovadoras. Junto à mídia chinesa, da mesma forma, somos mais um fornecedor.
As recomendações desse estudo feito pela Onstrategy Europe e Biomarketing Brasil são: precisamos de uma consolidação da comunicação do agro brasileiro junto aos diversos públicos consumidores. Isso permitirá vendermos mais e, além disso, vendermos melhor, com mais valor em moeda. Não basta volume, precisamos inovação e qualidade percebida.
Comunicar e vender, para o Brasil crescer.