Quando Joseph Smith, um garoto de Manchester (oeste do Estado de Nova York) em 1820, com apenas 14 anos de idade, ficou em dúvida sobre em qual das igrejas de sua cidade deveria filiar-se, encontrou em Tiago (1:5) o meio mais eficiente para buscar a resposta: “E, se algum de vós tem falta de sabedoria, peça-a a Deus, que a todos dá liberalmente (…)”.
O pequeno Joseph então não teve dúvida. Se afastou para um bosque isolado, próximo de sua casa, para conversar com o Senhor. Foi então que ele teve a maior experiência de sua vida, que culminou com o trabalho, para o Senhor, de traduzir o Livro de Mórmon, escrito em placas de ouro por profetas antigos, de mais de 600 a.C. até um período de 400 d.C.
Daquela manhã de primavera de 1820 até 26 de março de 1830, quando os primeiros 5.000 exemplares do livro foram impressos, ocorreram tantos episódios na vida de Joseph, que só mesmo a certeza de que se tratava de uma obra de Deus, prevista como revelação para esses últimos tempos, se justificam, pois o livrou das estratégias de tirarem-lhe as placas de ouro. Foram momentos de tensão, perigo e de grande sacrifício e provação para Joseph.
O Livro de Mórmon, como já dissemos em outro artigo, é um volume de escrituras sagradas comparável à Bíblia. É um registro da comunicação de Deus com os antigos habitantes das Américas e contém a plenitude do Evangelho guardado, para revelação nesses últimos tempos.
Ele foi escrito por muitos profetas antigos, pelo poder de profecia e revelação. Suas palavras, escritas em placas de ouro, foram citadas e resumidas por um profeta historiador chamado Mórmon. Daí o nome do livro. Os registros que resumiu contém um relato de duas grandes civilizações. Uma veio de Jerusalém no ano de 600 a.C. e posteriormente se dividiu em duas nações, conhecidas como Nefitas e Lamanitas. A outra veio muito antes, quando o Senhor confundiu as línguas na Torre de Babel. Esse grupo é conhecido como Jareditas. Milhares de anos depois, foram todos destruídos, exceto os Lamanitas, que são os principais antepassados dos índios americanos.
Depois de terminar seus escritos e resumo, Mórmon entregou o relato a seu filho Morôni, que acrescentou algumas palavras suas e ocultou as placas no Monte Cumora. Em 21 de setembro de 1823, o mesmo Morôni, então um ser ressurreto e glorificado apareceu a Joseph instruindo-o a respeito do antigo registro e da tradução que deveria ser feita para o inglês. Depois de 4 anos de preparação, em 22 de setembro de 1827, Moroni entregou a Joseph as placas de ouro que estavam enterradas no Monte Cumora para tradução, que terminou em 1829.
Tão logo Joseph conseguiu traduzir as placas e finalmente imprimir o Livro de Mórmon, o Senhor deu-lhe outra grande e desafiadora tarefa: a de restaurar a Sua igreja na Terra. Foi então que em 6 de abril de 1830 ele recebeu essa incumbência, que cumpriu com perseverança e determinação, apesar das forças negativas para que isso não tivesse sucesso. Teve que enfrentar a ira de pessoas que não se conformaram com a notícia da restauração do Evangelho de Cristo e da Sua igreja.
Dois anos depois, em dezembro de 1832, recebeu outro mandamento dado por revelação ao então profeta Joseph Smith: o de construir o primeiro templo da igreja (diferente das capelas), em Kirtland, que foi concluído em meados de 1836, onde os santos passaram a fazer o selamento dos casais e das famílias para a eternidade e os trabalhos vicários.
Todo esse processo de restauração de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias foi um período de violenta perseguição contra seus membros. Eles foram expulsos de cidades e estados e muitos deles foram feridos e até mortos. Tudo por intolerância religiosa. Joseph foi preso algumas vezes até que em 27 de junho de 1844 foi assassinado por uma turba de mais de 200 homens, enfurecidos, que invadiram a prisão de Nauvoo, para matá-lo a tiros. Seu irmão Hyrum Smith, que estava com ele na cadeia, também foi morto.
O martírio foi o mais trágico episódio do início da história da igreja. Entretanto já era esperado. Em pelo menos 19 ocasiões diferentes, começando em 1829, Joseph Smith disse aos santos que ele provavelmente não viveria esta vida em paz. Embora sentisse que seus inimigos lhe tirariam a vida algum dia, ele não sabia quando.
Hoje o Livro de Mórmon encontra-se traduzido em centenas de línguas e está presente em quase todos os países do mundo, levando a mensagem do Evangelho restaurado, como previsto na Bíblia, ajudando a salvar milhares de milhares de pessoas, que encontram, por intermédio dele, a verdadeira felicidade e esperança de um dia voltar à presença de Deus.
*Jornalista e Professor