No ato dos funcionários, logo cedo, não havia representante do hospital.
Um grupo de funcionários da Santa Casa ocupou a recepção do hospital, no acesso principal, pela Rua Eduardo Santos Pereira, região central de Campo Grande, para protestar pelo atraso nos salários e anunciou que só parte das equipes segue no atendimento a pacientes.
Diversas categorias, desde serviços de saúde a trabalhos administrativos e limpeza, aderiram à movimentação, em uma assembleia que informam que só será desmobilizada quando for garantido o pagamento.
O hospital tem 4.200 funcionários. Falando em nome de categorias que apoiam os serviços médicos, como fisioterapia, nutrição, o presidente do Sindsaúde, Osmar Gussi, disse que a administração do hospital informou que não recebeu todos os repasses devidos para a instituição.
Aos funcionários foi dito que a prefeitura liberou R$ 5 milhões referentes aos atendimentos prestados para pacientes do SUS (Sistema Único de Saúde), faltando ainda receber recursos do Governo do Estado.
Segundo Gussi, equipes foram mantidas na ativa para assegurar o atendimento a pacientes. Apesar disso, o ritmo de resposta deve ficar lento, admite o presidente do Siems (Sindicato de Enfermagem de Mato Grosso do Sul), Lázaro Santana. Conforme disse, o quantitativo de profissionais já estava aquém da demanda, o que se evidencia agora. Ele apontou que a paralisação e manifestação são necessárias para “mostrar para a sociedade o que nós estamos passando. Precisamos receber.”
Ele afirmou que a situação de funcionários está muito difícil sem a remuneração, especialmente por ser início de ano, com despesas adicionais. É a realidade apontada por Jairo de Melo, técnico de enfermagem. Disse sentir desgosto diante do que está vivenciando, sem a remuneração em dia.
No ato dos funcionários, logo cedo, não havia representante do hospital. A instituição não quis mandar representantes, mas informou que vai divulgar uma nota sobre as reclamações dos trabalhadores.
No começo da semana, o vereador Vitor Rocha, que é médico, acompanhou o vice-presidente do hospital, Jary Castro, em visita ao presidente da Câmara, Epaminondas Netto, Papy, para falar sobre a crise do hospital. Conforme o parlamentar, a Santa Casa enfrenta deficit mensal de aproximadamente R$ 9 milhões, o que compromete a qualidade do atendimento à população. Entre os problemas apontados para o deficit está a falta de reajuste no valor pago por atendimentos para a rede pública.
Valor creditado – Segundo presidente do Siems, a administração do hospital informou que o valor para o pagamento já estava na consta da instituição. Mesmo assim, o grupo decidiu prosseguir com o ato até verificar o depósito do salário na conta dos funcionários. A assessoria de imprensa do hospital informou à reportagem que os valores seriam depositados até o final da manhã.
Fonte: Campograndenews