China abre mercado para produtos da pesca artesanal e industrial do Brasil

A China abriu mercado para o pescado de origem extrativa do Brasil. O acordo foi feito após a assinatura de um novo protocolo sanitário durante reunião do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA) com a vice-ministra da Administração Geral de Alfândegas chinesa (GACC, na sigla em inglês), Lyu Weihong, ontem (22/4), em Brasília.

Para o ministro da Pesca e Aquicultura, André de Paula, essa é uma notícia muito boa, que deve ser celebrada pelos brasileiros. “Nesse esforço conjunto, liderado pelo presidente Lula, e coordenado com muita competência pelo ministro Fávaro, de abrir novos mercados para os produtos brasileiros, nós chegamos à China, dessa vez na área dos pescados. Essa é uma reinvindicação, um sonho antigo do setor, que agora se transforma em realidade. E o melhor: é uma sinalização de que muitas conquistas como esta ainda estão por vir”, destacou.

A assinatura do protocolo contou com a participação do diretor do Departamento da Indústria do Pescado (DIP/SNPI/MPA), José Luís Ravagnani Vargas, e do assessor Especial do Ministro André de Paula, Carlos Mello, que esclareceu pontos importantes do acordo. “O protocolo contempla espécies oriundas da pesca extrativa, desde que atendam aos requisitos sanitários exigidos pela China”, ressaltou Carlos Mello.

Vale ressaltar que o protocolo sanitário é válido, por enquanto, apenas para produtos com origem na pesca, artesanal ou industrial. Ainda não há liberação da exportação de pescado de cultivo para a China. No entanto, já existe negociação para espécies da aquicultura.

Histórico de negociações

A abertura para o mercado chinês é uma reivindicação antiga do setor pesqueiro. Desde 2016, o governo brasileiro vem participando de diversas negociações com a China.

Após a recriação do Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA), em 2023, aconteceram avanços significativos. Nesse mesmo ano, o ministro André de Paula retomou as negociações sobre pesca e aquicultura no fórum da Comissão Sino-Brasileira de Alto Nível de Concertação e Cooperação (COSBAN), que reúne representantes do Brasil e da China e é liderada pelo vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin.

Desde então, contou com a representação do secretário Nacional de Pesca Industrial, Amadora e Esportiva do MPA, Expedito Netto, que deu continuidade às negociações da abertura ao mercado chinês. No ano passado, o MPA também esteve presente na China Fisheries & Seafood Expo 2024 (CFSE), em Qingdao, juntamente com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil/MDIC), com o objetivo de promover os produtos da pesca e da aquicultura brasileira para os chineses e para o mundo.

Alta demanda – A expectativa do setor é de que o acordo movimente cerca de US$ 1 bilhão por ano. Atualmente, a China é um dos maiores mercados consumidores do mundo e o maior parceiro comercial do Brasil.

Fonte: Ministério da Pesca e Aquicultura