Campo Grande tem desde sua formação histórica, desde o início da cidade, a preocupação com a arborização.
Campo Grande está na lista pelo quarto ano consecutivo na lista de cidades do mundo todo, como melhor manejo de árvores em área urbana. A pesquisa internacional é realizada pelo programa Cidades de Árvores do Mundo, da Arbor Day Foundation (Fundação Dia da Árvore) e da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura.
A Auditora Fiscal de Meio Ambiente, Gisseli Giraldelli conversou com o Correio do Estado e explicou que desde o início da cidade existiu a preocupação com a arborização da cidade.
“Campo Grande tem desde sua formação histórica, desde o início da cidade, a preocupação com a arborização urbana. Então ela é uma cidade que dentro dos preceitos urbanos ela já nasceu arborizada”.
Processo
O último levantamento divulgado resultou em 170 cidades no mundo que receberam o reconhecimento, entre elas 21 brasileiras apontadas como liderança no manejo de árvores. A Capital Morena possui 37.841 árvores plantadas. Um trabalho de longo prazo e de várias gestões, conforme ressalta Gisseli Giraldelli.
“Isso coloca Campo Grande uma referência hoje no mundo sobre o tema de floresta urbana. As pessoas têm uma visão um pouco equivocada sobre o que é o conceito floresta urbana. As pessoas pensam que são os parques, as áreas de floresta de mata fechada. Na verdade, o termo ‘floresta urbana’ ele é um termo genérico que abarca toda a parte de arborização urbana”, frisa.
Isso significa que as árvores na calçada, aquela que você tem no seu quintal, no entorno da cidade, todo sistema que possui vegetação e árvores em seu entorno são consideradas floresta urbana.
“Temos um patrimônio arbóreo muito expressivo, temos árvores históricas, grandes remanescentes, arborização de grande porte exuberante, valorizada que tem uma função muito especial nos ambientes urbanos. Em que pese as pessoas tem medo das árvores grandes, na verdade, árvores grandes são nossas protetoras do ambiente e isso pode ser percebido na cidade”.
Com relação à cidade ser contemplada por espécies nativas, a especialista explica é um dos adendos no reconhecimento justamente pela biodiversidade de espécies do cerrado. Ela também revela que nos últimos 15 anos da gestão da floresta urbana ocorreu na substituição das espécies exóticas por espécies nativas. Essas árvores são pensadas para atuar na drenagem urbana, em amenizar o calor, na parte paisagística, embora sua função mais importante seja como recurso ecológico, servindo de abrigo e alimento para a fauna.
A Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano (Semadur) trabalha em parceria com o Instituto Arara Azul por meio de planejamento para realizar o plantio de espécies que servem para abrigar as araras da cidade.
“É um trabalho todo focado em especial a cidade ter biodiversidade. A cidade não ser uma barreira que impede o fluxo da vida silvestre. Nosso objetivo é ter essa cidade biofílica que aproxima as pessoas da natureza e proporciona a vida urbana com a vida silvestre”.
Árvores Nativas
O plantio meticulosamente pensado como a aroeira pimenta da frutinha vermelha que foi feito em alguns bairros da Capital serve como alimento para a fauna local. Apesar de ser uma espécie que era pouco utilizada, é nativa do cerrado. Uma de suas características está no crescimento rápido, no sentido de se tornar uma árvore, mas de pequeno.
Características do plantio planejado:
– Priorizar uso de espécies nativas
– Plantar árvores compatíveis com o espaço disponível
– Diversidade
Manutenção adequada e proteção
Ao contrário do que as pessoas costumam imaginar uma árvore se for manejada corretamente que é o que tem sido trabalhado no município em episódios como vendavais serve como proteção.
“Temos como dado e visto isso que a arborização bem planejada nos protege dos eventos climáticos. Hoje a gente trabalha para melhorar nosso grande gargalo que é o serviço de manutenção da arborização. Estamos trabalhando nessa atual gestão para melhorar e ampliar o serviço, capacitando nossa equipe técnica para fazer a melhor manutenção nas árvores”.
O programa Cidades de Árvores do Mundo foi criado em 2019, pela preocupação com a situação climática e visa restaurar e melhorar os ambientes urbanos. Desde o início da rede, Campo Grande foi reconhecida quando apenas outras três cidades brasileiras, como São Carlos e São José dos Campos.
O que é avaliado para obter o reconhecimento?
– Planejamento
– Forma de restauração
– Patrimônio arbóreo
– Biodiversidade
Fonte: Correio do Estado