O atual presidente, Jaime Teixeira, está no ano final de mandato.
Em junho próximo, a Fetems (Federação dos Trabalhadores em Educação de Mato Grosso do Sul), uma das maiores e mais tradicionais categorias laborais do Estado, realizará as eleições para escolha da nova diretoria. O atual presidente, Jaime Teixeira, está no ano final de mandato. Especula-se que para sucedê-lo ele tenha a intenção de apoiar sua vice-presidente, Deumeires Morais, fiel escudeira
Entretanto, novas luzes parecem se acender no ambiente sucessório da Federação. Para contrariar quem apostava ou vislumbrava chapa única, aos poucos vem abrindo espaços um nome alternativo, o professor Joaquim de Oliveira Neto. Ele prefere substituir o epíteto de oposicionista pelo de alternativa. E explica que, mesmo discordando do modelo de gestão em curso, entende ser importante apresentar-se como uma opção inovadora, com a qual a Fetems consiga fazer uma melhor leitura do sentimento dos sindicalizados e saber porque estão descontentes.
“A Fetems tem uma história exemplar na defesa dos direitos dos educadores. Esta tradição jamais será interrompida. Mas, internamente, a Federação precisa dialogar com quem a mantém, seus federados. Precisa fazer um ajuste consigo mesma e compreender porque é forte lá fora e tão claudicante dentro”, diz o professor Joaquim. Para nele, o atendimento aos educadores – tanto os ativos e efetivos, como aposentados e contratados –é feito de forma precária e às vezes chega a inexistir. “E esta atenção ora defeituosa, ora inexistente, tornou-se problema crônico”, define.
ZELO DA ENTIDADE – O professor Joaquim salienta que as campanhas da Fetems trazem sempre as mesmas bandeiras. “Porém, algumas ficam só como frases de efeito”, ressalva, afirmando existir vários casos de falta de conexão com os professores em serviços de atenção básica, sobretudo na saúde. “É papel da Federação lutar por melhores condições de trabalho. Todavia, isto não vai longe se não houver zelo da entidade com a saúde, o bem-estar, a satisfação do professor”, acentua, acrescentando em seguida:
“São muitos os educadores licenciados por causa do cansaço e dos desgastes emocionais. Falta o olhar cuidadoso ao professor readaptado, a assistência plena e eficiente ao aposentado. E até mesmo o suporte jurídico precisa estar disponível o tempo todo”, diz. “A Fetems precisa ser forte lá fora, lutando pelos direitos dos profissionais do Magistério, mas não pode ser deficiente internamente, dentro de seu próprio terreno, por não estar dando aos federados a devida atenção”, conclui.
Desde que começaram os burburinhos sobre a pré-candidatura, o professor Joaquim passou a ser solicitado para conversar com lideranças municipais interessadas em conhecer suas ideias. A todas ele avisa que não tem programa acabado e definitivo, o que só acontecerá mediante a mais ampla série de contatos na Capital e no interior.
“É preciso ouvir todas as vozes e sentimentos. A Fetems não é e nem pode ser um clube do Bolinha nem da Luluzinha, não é puxadinho de nenhuma força política ou social isolada. Ela precisa ser, sempre, uma entidade capaz de representar toda a pluralidade de pensamentos e escolhas que a compõem”, finaliza Joaquim.