Café Atinge Máximas Históricas em Nova York, Após Correção Temporária

A segunda semana de fevereiro foi marcada por intensa volatilidade no mercado de café, com os preços internacionais alcançando recordes históricos. Em Nova York, após uma breve correção técnica, os contratos futuros do café arábica se mantiveram firmemente acima da linha de 400 centavos de dólar por libra-peso. Na quinta-feira, 13 de fevereiro, a posição para março atingiu 440,85 centavos, refletindo uma reação de agentes financeiros que buscavam cobrir posições vendidas. Este movimento sugere que o mercado agora se orienta menos pelos fundamentos tradicionais e mais por aspectos financeiros.

Uma das principais preocupações que tem impactado o mercado é a escassez de estoques no Brasil, que responde por quase metade da produção mundial de café arábica. Os produtores brasileiros já comercializaram aproximadamente 85% da safra atual e, diante do fortalecimento do real, não demonstram pressa em vender mais café, especialmente com os preços em dólar. Embora os fundamentos indiquem um cenário mais equilibrado, os negociadores apontam que o rali do arábica se tornou, em grande parte, autossustentável e desconectado dos fatores tradicionais de oferta e demanda.

Gil Barabach, analista e consultor da Safras & Mercado, comentou: “O mercado de café está fortemente influenciado pela agitação no setor financeiro, com o vencimento de opções e a troca de contratos. O fato é que a dinâmica de negociação mudou para uma tendência altista, impulsionando os preços para cima e ampliando a distância em relação à linha psicológica de 400 centavos.”

Exportações Brasileiras de Café

Segundo o relatório estatístico mensal do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), o país exportou 3,977 milhões de sacas de 60 kg de café em janeiro de 2025. Embora tenha ocorrido uma leve queda de 1,6% em relação ao mesmo período de 2024, quando foram embarcadas 4,042 milhões de sacas, a receita cambial aumentou consideravelmente. O valor das exportações saltou 59,9%, passando de US$ 823 milhões para US$ 1,316 bilhão.

Márcio Ferreira, presidente do Cecafé, avaliou: “Apesar de estarmos no período de entressafra e enfrentarmos desafios logísticos, consideramos o desempenho das exportações em janeiro positivo, especialmente ao compararmos com o mesmo período de 2024. O aumento na receita cambial, de cerca de 60%, reforça o impacto das altas contínuas nos preços do café.”

Fonte: Portal do Agronegócio

Fonte: Portal do Agronegócio