Associação Comercial de Ponta Porã deflagra ações em defesa dos interesses da fronteira

Professores, voos, caminhoneiros e guarda municipal são alvos imediatos

25/05/2018 16h20 – Divulgação

O presidente da Associação Comercial e Empresarial de Ponta Porã (ACEPP), Eduardo Gaúna, disse quando reassumiu pela terceira vez o comando da entidade, há 20 dias, que pretende fazer valer a força da categoria, responsável pela maior geração de empregos e renda em qualquer economia, para agir politicamente em defesa dos interesses da coletividade fronteiriça.

Dito e feito. Depois de ter organizado uma importante palestra sobre lojas francas, zona franca e área de livre comércio na semana passada, nesta sexta-feira (25) o associativista literalmente acionou uma metralhadora giratória, celebrando parcerias com outras agremiações em busca do cumprimento de leis e de direitos previstos para quem exerce atividades profissionais, seja no serviço público, ou no privado.

Quatro reuniões definiram as atividades que serão desenvolvidas para chamar a atenção das autoridades constituídas para “o Brasil que a gente quer no futuro, começando agora”, como foi destacando durante um dos encontros desta sexta-feira.

A primeira reunião foi com o presidente do Sindicato Municipal dos Trabalhadores em Educação de Ponta Porã (SIMTED), Edivaldo Vieira. Em pauta, a paralisação das atividades da categoria, em protesto ao não cumprimento do piso salarial nacional pelo prefeito Hélio Peluffo Filho (PSDB) e a participação dos docentes na mobilização programada para a manhã de segunda-feira (4), quando pela enésima vez a ACEPP fará flamular a bandeira da reativação dos voos comerciais em Ponta Porã.

Além de se colocar à disposição dos professores para participar de atos organizados pelo SIMTED, o presidente da ACEPP manifestou apoio à paralisação e disse ser mais do que justa a reivindicação da classe, “porque está na lei e deve ser cumprida”, salientou. Todavia, soube-se a seguir que o Executivo já havia acenado que cumprirá o reajuste a partir de julho. O SIMTED quer que o prefeito encaminhe a propositura para a Câmara Municipal, a fim de transformar a proposta em dispositivo legal. De qualquer forma, como garantiu o presidente do sindicato, a paralisação será encerrada e as aulas recomeçarão nesta segunda-feira (28).

Além disso, na manhã de 4 de junho, quando as lojas fecharão as portas entre 9 e 9:30 hrs, os professores suspenderão o conteúdo didático e, ainda nas salas de aula, esclarecerão aos alunos a importância do retorno dos voos comerciais em Ponta Porã.

A manifestação que vai fechar o comércio vai culminar com um ato público a ser realizado em frente à sede da ACEPP, na Avenida Brasil, com a participação de comerciantes, comerciários, profissionais de outras áreas e representantes de diversas categorias.

A presença dos comerciários no protesto que quer chamar a atenção do Governo do Estado e de outras instituições para a importância dos voos comerciais na fronteira, conta com o apoio do Sindicato dos Trabalhadores no Comércio de Ponta Porã. A afirmação é do próprio presidente da entidade, Divino José Martins. Ele e o diretor da instituição, Waldiney Fernandes, estiveram reunidos com Eduardo Gaúna e com o presidente do Sindicato do Comércio de Ponta Porã (Sindicom), Amauri Osório Nunes, também na manhã desta sexta-feira, reforçando a parceria entre as classes patronal e laboral.

CAMINHONEIROS

Já com relação à paralisação dos caminhoneiros em todo o país e que vem gerando crises no abastecimento de todo o tipo de produto no Brasil inteiro e até nas cidades de países vizinhos, como o Paraguai, a Bolívia a Argentina e o Uruguai, foi programada uma carreata para a manhã deste sábado (26).

A Associação Comercial, profissionais do volante, representantes de empresas de transporte e de insumos agrícolas, além de produtores rurais e outras forças vivas da fronteira, como a Câmara de Indústria, Comércio e Turismo de Pedro Juan Caballero, que esteve representada por seu presidente, Alejandro Benitez Aranha, estiveram reunidos logo a seguir para definir o trajeto, que contará com o apoio da Guarda Civil Municipal e da Polícia Militar.

A carreata, que deve perfilar caminhões de todo porte, utilitários e veículos menores, partirá do trevo de acesso a Antônio João, às 8 horas, dirigindo-se pela Avenida Brasil até o Monumento das Cuias, na saída para Dourados. O protesto é contra a política de reajustes de preços adotada pela Petrobrás.

GUARDA MUNICIPAL

Para encerrar a maratona de reuniões desta sexta-feira, Eduardo Gaúna recebeu integrantes da Guarda Civil Municipal de Fronteira (GCMFron), e o presidente do sindicato da categoria, Manoel Antunes, que também representa a Associação Nacional dos Guardas Municipais. Além de assegurar que participarão do ato em prol da reativação dos voos comerciais do dia 4, os guardas obtiveram o apoio da ACEPP na luta pela regulamentação do plano de cargos e carreira previsto pela Lei Federal 13.022, de 08/08/2014, que prevê para a classe a necessidade de um dispositivo diferenciado dos demais servidores municipais.

A Prefeitura Municipal está sendo acionada pelo Ministério Público Estadual pelo não cumprimento da lei, informou Antunes, acrescentando que os agentes enfrentam outros problemas, como andar desarmado, “numa fronteira onde quem anda menos armado usa uma pistola na cintura”. Há também discrepâncias com relação à remuneração de quem está trabalhando e de quem, por exemplo, sofre um acidente e permanece afastado por algum período. Todavia, além e obter o apoio da ACEPP, os guardas municipais tentarão sensibilizar os poderes Executivo e Legislativo para que seus direitos sejam reconhecidos.

O presidente Eduardo Gaúna reiterou a disponibilidade em favor dos agentes de segurança municipais e disse que gostaria de contar com maior participação da classe política nas iniciativas que focam o interesse da coletividade fronteiriça, porém, lamentando que Ponta Porã não conta com representantes nas câmaras legislativas do Estado e da União, considerou muito tímido o interesse do prefeito e dos vereadores pelos anseios da sociedade pontaporanense, principalmente das forças economicamente ativas. “Vamos fazer o nosso papel e o dos outros se for necessário”, assegurou Gaúna. (Edmondo Tazza – MTE/MS 1266)

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